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FHC quer fim de disputa entre aliados
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique
Cardoso vai reunir os líderes e presidentes dos partidos aliados para
exigir o fim das divergências -ao
menos públicas- geradas pela
crise do grampo telefônico, que
culminou na demissão do ministro
Luiz Carlos Mendonça de Barros.
O líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), classificou outros
partidos da base de "oportunistas"
e anunciou que, daqui para a frente, a relação entre os tucanos e os
aliados será diferente.
"Não queiram a mesma solidariedade a alguns que agiram de forma incorreta. Não questiono o papel da oposição no processo, mas
de alguns aliados do governo."
O PMDB e o PFL, que disputam
espaço entre si e com os tucanos no
governo, queriam a demissão do
ministro Mendonça de Barros, ligado ao PSDB, para inviabilizá-lo
no futuro Ministério da Produção.
Aécio afirmou que as divergências devem ficar bem claras na reunião de hoje com FHC. "Não digo
que não ficarão sequelas. Há uma
enorme decepção no PSDB em relação ao comportamento de aliados", completou o líder tucano.
A cúpula do PSDB decidiu insistir na criação do Ministério da Produção e na indicação de um tucano
para o cargo. "O ministério é prioridade do segundo governo de Fernando Henrique. Ele é fundamental para o país voltar a crescer",
afirmou o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE).
O PPB e o PTB, partidos que também integram a base do governo,
não vão participar da reunião porque o presidente considera que
eles não se envolveram na disputa.
Os dois partidos serão chamados
para uma conversa posterior.
Aécio lamentou que a solução
para o escândalo do grampo telefônico tenha sido a demissão dos
quatro. "Estimula-se a ação criminosa (grampo telefônico) e a sanha
de alguns em ver sangue e a saída
do governo de figuras públicas."
O PMDB, que defendeu publicamente a saída do ministro, agora
prega a união dos aliados. "Ninguém quer mais desgastar o governo. A melhor maneira é unir a base. O presidente deve arrumar a casa na reunião de amanhã (hoje).
Devemos agora concluir a votação
do pacote fiscal", disse o deputado
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), vice-líder do partido.
O líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA), disse que
o escândalo do grampo telefônico
é agora assunto para a Polícia Federal e para o Ministério Público.
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