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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Presidente afirma que economia vive momento auspicioso, mas que, se precisar, irá de cabeça erguida buscar recursos em órgãos internacionais
Pagamento a FMI não foi "bravata", diz Lula
LUCIANA CONSTANTINO
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Usando determinação que ele
mesmo já deu a seus ministros
neste ano eleitoral, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou solenidade no Palácio do Planalto para sair em defesa do governo e, mais uma vez, da economia brasileira, dizendo que ela vive um "momento auspicioso".
Para Lula, "não existe a possibilidade de o Brasil não dar certo".
"Não é só porque temos uma
democracia consolidada -e na
hora que você tem um governo
que não serve tira e coloca outro
[...]-, mas porque a economia
brasileira vive um momento auspicioso. Conseguimos juntar um
conjunto de fatores tão positivos
que podem permitir, com muita
tranqüilidade, darmos outros
passos", disse.
O presidente usou o discurso
para tratar de vários assuntos,
desde investimentos em infra-estrutura, citando entraves que
atrapalham as obras, até a auto-suficiência do país na produção
de petróleo. Rebateu críticas à
operação tapa-buracos nas estradas e afirmou não ter feito "bravata" com o pagamento antecipado
da dívida de US$ 15,5 bilhões do
país com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
"Eu passei muito tempo da minha vida com a bandeira "Fora,
FMI". Poderia ter feito uma grande bravata. Preferi ser cauteloso",
disse, acrescentando que, se precisar, irá "de cabeça erguida, sem
mendigar" buscar recursos em
organismos internacionais.
Apesar de não ter divulgado se
será candidato ou não à reeleição,
afirmou que, "quando questões
menores da política não estão em
jogo", é possível construir e produzir muito mais. Citou a frase ao
lembrar de parceria entre a União
e o Espírito Santo, governado por
Paulo Hartung (PMDB). "Nem
sempre as coisas acontecem com
a rapidez que gostaríamos que
acontecessem. [...] As coisas têm
marcos regulatórios que às vezes
emperram, muitas vírgulas e muitas palavras que às vezes levam
meses, para não dizer anos, para
serem desobstruídas."
Falava a empresários, prefeitos
e autoridades que participaram
da cerimônia de assinatura da resolução autorizando o início do
projeto de construção da ferrovia
Litorânea-Sul, no Espírito Santo.
"Finalmente a capacidade de
desobstruir foi maior que a capacidade de impedir", disse, em relação ao projeto, que tem investimento previsto em R$ 700 milhões, a ser feito pela Companhia
Vale do Rio Doce e pelo governo
do Espírito Santo. E completou:
"Muitas vezes há pessoas que se
comportam tentando evitar que
as coisas aconteçam. É como se
fosse um jogador de um time adversário que está sempre tentando evitar que outro faça o gol".
Para Lula, o Brasil não se preparou para o crescimento econômico porque deixou estradas abandonadas, não construiu ferrovias
nem investiu em portos. Foi aí
que o presidente aproveitou para
citar os investimentos feitos durante seu governo em linhas ferroviárias -R$ 5,3 bilhões vindos
das concessionárias- e em infra-estrutura, inclusive na operação
tapa-buracos, chamada de eleitoreira pela oposição.
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