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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Escolha interna é remarcada para 19 de março, duas semanas
depois da data anterior; Garotinho diz que irá vencer eleição
PMDB adia prévias, mas reafirma que terá candidatura
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Executiva Nacional do PMDB
decidiu ontem, por unanimidade,
adiar a data da realização das prévias do partido para a escolha do
candidato a presidente da República. Elas passaram do dia 5 para
o dia 19 de março, dando mais
tempo para novas inscrições serem feitas até uma semana antes
da data escolhida.
Até agora a disputa das prévias
conta com o governador do Rio
Grande do Sul, Germano Rigotto,
e com o ex-governador do Rio de
Janeiro Anthony Garotinho. Ambos participaram do encontro
realizado na sede do PMDB em
Brasília e prometeram apoio recíproco a quem vencer a disputa.
Apesar de trabalhar nos bastidores para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), o PMDB governista teve de
apoiar a confirmação das prévias
porque não tinha votos suficientes dentro da Executiva -que
conta com 16 integrantes- para
adiá-las por um maior período.
Anteontem à noite, a ala governista peemedebista tentou defender o adiamento maior das prévias. Durante jantar na casa do
governador do Distrito Federal,
Joaquim Roriz, os senadores José
Sarney (AP) e Renan Calheiros
(AL) pediram ao presidente nacional do PMDB, Michel Temer,
que não confirmasse a data.
"O Renan chegou a falar comigo, dizendo se não podia adiar um
pouco", disse Temer. "Afirmei
que não e que a tese da candidatura própria já está consolidada
dentro do PMDB", acrescentou.
Para deputados defensores de
Rigotto, o recuo de Renan e Sarney foi estratégico. Eles apostam
que se a candidatura do vencedor
das prévias não decolar até julho,
a máquina do PMDB deverá migrar para a candidatura de Lula.
Depois da reunião de ontem,
tanto Garotinho quanto Rigotto
fizeram questão de ressaltar que
não serão abandonados durante a
campanha eleitoral, como ocorreu com Ulysses Guimarães, em
1989, e Orestes Quércia, em 1994.
Garotinho foi mais contundente. "Já estou com 15%. Tenho certeza que chegaremos ao segundo
turno e venceremos", disse. Rigotto lembrou seu histórico no
partido e a vitória na eleição em
2002, que começou com menos
de 4% nas pesquisas.
Temer afirmou que se o partido
não conseguir chegar ao segundo
turno, deverá ser discutido o
apoio a algum outro candidato.
"Mas vamos fazer uma coalizão
eleitoral e uma coalização governamental", disse.
Logo após, Garotinho pediu a
palavra para reafirmar que a possibilidade de coalizão não existe
porque ele vencerá a eleição.
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