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Painel
VERA MAGALHÃES (interina) painel@uol.com.br
Boas-vindas
A primeira reunião da Executiva do PT após a volta
de Ricardo Berzoini à presidência da sigla, na terça,
reserva constrangimentos para ele. A pauta prevê a
discussão sobre instalar uma Comissão de Ética para
os "aloprados" Oswaldo Bargas e Expedito Veloso.
Berzoini, responsável pela contratação de Bargas e
Veloso e coordenador da campanha de Lula quando
estourou o escândalo do dossiê, não deverá ser incluído na investigação. Mas terá de enfrentar aliança tática entre as alas radicais e de centro do partido, que incluíram o tema na pauta. Juntas, elas têm número suficiente para bater o Campo Majoritário e forçar a
reabertura do debate, que pode resvalar para a responsabilidade política do deputado no episódio.
Antídoto. Integrantes do
Campo Majoritário usarão a
apuração interna do Banco do
Brasil, que inocentou o ex-diretor Expedito Veloso, como
argumento "pró-aloprados".
Empurrão. Outro que deve
voltar à berlinda no PT é Bruno Maranhão. Renato Simões
(SP) trabalha firme para que o
líder do quebra-quebra no
Congresso seja expulso de vez
da Executiva e da comissão
política da sigla. Com isso, ele
será titular dos cargos.
Seguro 1. O PMDB vai propor a Lula mudanças no uso
do FGTS para obras de infra-estrutura, previsto no PAC.
Pela idéia, se o rendimento do
novo fundo for menor que as
aplicações financeiras, o governo cobriria a diferença.
Seguro 2. "Isso venceria
parte da resistência à novidade", diz o presidente do partido, Michel Temer (SP), que
sugere a edição de nova medida provisória sobre o tema.
No ar. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) avaliou que o PAC deixou de fora
duas obras vitais para o setor:
a ampliação do aeroporto de
Viracopos, em Campinas, e o
metrô de superfície ligando o
centro de São Paulo ao aeroporto de Guarulhos.
Ecos. A colegas da OAB, Fábio Konder Comparato criticou o programa de crescimento de Lula. Para ele, a reforma
política deveria ter precedido
o pacote. O advogado critica
também o fato de o programa
ter sido editado "de cima para
baixo" e por meio de MPs.
Carnê. Sem dinheiro para
pagar o salário de dezembro
do funcionalismo, o governo
de Mato Grosso do Sul tenta
empréstimo no Banco do Brasil, de R$ 140 milhões. Mas
quer pagar o banco em seis vezes sem juros.
Promissória. Arlindo Chinaglia (SP) apresentou a Ricardo Berzoini a conta de sua
campanha à presidência da
Câmara, algo em torno de R$
100 mil. Quer que o PT reembolse os gastos, que vêm sendo pagos por deputados. O dirigente ficou de pensar
Abstenção. Aldo Rebelo
(PC do B-SP) preferiu não votar na eleição simulada que
ontem consagrou sua correligionária Manuela D'Ávila (PC
do B-RS) como "presidente"
da Casa. Acessou a tela, olhou,
sorriu, mas não apertou o botão de confirmar.
Lotação. Além de hotel e
passagem aérea para os deputados participarem do "cursinho" promovido pela gestão
Aldo, a Câmara oferece também traslado de ida e volta do
aeroporto em uma van.
Entrevero. Na reunião do
PSB, anteontem, Ribamar Alves (MA) questionou Renato
Casagrande (ES) por divulgar
o apoio a Aldo antes de consultar a bancada. O governador Eduardo Campos (PE)
atuou como bombeiro. Mesmo assim, Chinaglia deve ter
6 votos no partido.
Cotoveladas. Amigos, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) negociam com os candidatos à presidência do Senado
a mesma cadeira: a de presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, hoje ocupada pelo pefelista.
Tiroteio
"Além de claramente ser campanha indevida de
Aldo, o cursinho mostra profundo preconceito
contra os deputados novos. É como dizer que
eles não sabem nem como funciona a Câmara".
Do deputado GERALDO MAGELA (PT-DF) sobre o "curso de ambientação" que será oferecido aos parlamentares recém-chegados à Câmara.
Contraponto
Cronômetro travado
Na última segunda-feira, depois do lançamento do PAC,
o presidente Lula convidou os governadores Marcelo Déda (PT), de Sergipe, e Eduardo Braga (PMDB), do Amazonas, para tomar um café em seu gabinete. Queria colher
as primeiras impressões sobre o plano.
Os dois elogiaram, mas se queixaram da falta de discussão prévia e da longa duração da cerimônia.
-Pois é, o ensaio não adiantou nada -, disse Lula.
-Que ensaio? -, quis saber o petista.
-Ontem, no Alvorada, os ministros ensaiaram. O Guido
Mantega falou 30 minutos e a Dilma, 40. Hoje os dois estouraram: o Guido falou 45 minutos, e ela, uma hora!
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