São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) painel@uol.com.br

Boas-vindas

A primeira reunião da Executiva do PT após a volta de Ricardo Berzoini à presidência da sigla, na terça, reserva constrangimentos para ele. A pauta prevê a discussão sobre instalar uma Comissão de Ética para os "aloprados" Oswaldo Bargas e Expedito Veloso.
Berzoini, responsável pela contratação de Bargas e Veloso e coordenador da campanha de Lula quando estourou o escândalo do dossiê, não deverá ser incluído na investigação. Mas terá de enfrentar aliança tática entre as alas radicais e de centro do partido, que incluíram o tema na pauta. Juntas, elas têm número suficiente para bater o Campo Majoritário e forçar a reabertura do debate, que pode resvalar para a responsabilidade política do deputado no episódio.

Antídoto. Integrantes do Campo Majoritário usarão a apuração interna do Banco do Brasil, que inocentou o ex-diretor Expedito Veloso, como argumento "pró-aloprados".

Empurrão. Outro que deve voltar à berlinda no PT é Bruno Maranhão. Renato Simões (SP) trabalha firme para que o líder do quebra-quebra no Congresso seja expulso de vez da Executiva e da comissão política da sigla. Com isso, ele será titular dos cargos.

Seguro 1. O PMDB vai propor a Lula mudanças no uso do FGTS para obras de infra-estrutura, previsto no PAC. Pela idéia, se o rendimento do novo fundo for menor que as aplicações financeiras, o governo cobriria a diferença.

Seguro 2. "Isso venceria parte da resistência à novidade", diz o presidente do partido, Michel Temer (SP), que sugere a edição de nova medida provisória sobre o tema.

No ar. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) avaliou que o PAC deixou de fora duas obras vitais para o setor: a ampliação do aeroporto de Viracopos, em Campinas, e o metrô de superfície ligando o centro de São Paulo ao aeroporto de Guarulhos.

Ecos. A colegas da OAB, Fábio Konder Comparato criticou o programa de crescimento de Lula. Para ele, a reforma política deveria ter precedido o pacote. O advogado critica também o fato de o programa ter sido editado "de cima para baixo" e por meio de MPs.

Carnê. Sem dinheiro para pagar o salário de dezembro do funcionalismo, o governo de Mato Grosso do Sul tenta empréstimo no Banco do Brasil, de R$ 140 milhões. Mas quer pagar o banco em seis vezes sem juros.

Promissória. Arlindo Chinaglia (SP) apresentou a Ricardo Berzoini a conta de sua campanha à presidência da Câmara, algo em torno de R$ 100 mil. Quer que o PT reembolse os gastos, que vêm sendo pagos por deputados. O dirigente ficou de pensar

Abstenção. Aldo Rebelo (PC do B-SP) preferiu não votar na eleição simulada que ontem consagrou sua correligionária Manuela D'Ávila (PC do B-RS) como "presidente" da Casa. Acessou a tela, olhou, sorriu, mas não apertou o botão de confirmar.

Lotação. Além de hotel e passagem aérea para os deputados participarem do "cursinho" promovido pela gestão Aldo, a Câmara oferece também traslado de ida e volta do aeroporto em uma van.

Entrevero. Na reunião do PSB, anteontem, Ribamar Alves (MA) questionou Renato Casagrande (ES) por divulgar o apoio a Aldo antes de consultar a bancada. O governador Eduardo Campos (PE) atuou como bombeiro. Mesmo assim, Chinaglia deve ter 6 votos no partido.

Cotoveladas. Amigos, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) negociam com os candidatos à presidência do Senado a mesma cadeira: a de presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, hoje ocupada pelo pefelista.

Tiroteio

"Além de claramente ser campanha indevida de Aldo, o cursinho mostra profundo preconceito contra os deputados novos. É como dizer que eles não sabem nem como funciona a Câmara". Do deputado GERALDO MAGELA (PT-DF) sobre o "curso de ambientação" que será oferecido aos parlamentares recém-chegados à Câmara.

Contraponto

Cronômetro travado

Na última segunda-feira, depois do lançamento do PAC, o presidente Lula convidou os governadores Marcelo Déda (PT), de Sergipe, e Eduardo Braga (PMDB), do Amazonas, para tomar um café em seu gabinete. Queria colher as primeiras impressões sobre o plano.
Os dois elogiaram, mas se queixaram da falta de discussão prévia e da longa duração da cerimônia.
-Pois é, o ensaio não adiantou nada -, disse Lula.
-Que ensaio? -, quis saber o petista.
-Ontem, no Alvorada, os ministros ensaiaram. O Guido Mantega falou 30 minutos e a Dilma, 40. Hoje os dois estouraram: o Guido falou 45 minutos, e ela, uma hora!


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