São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Aldo defende seminário para "novatos'

Chinaglia diz que deputados não terão opinião condicionada; para Fruet, curso pode tirar votos de Aldo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Presidente da Câmara e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PC do B-SP) defendeu ontem o seminário preparado pela Casa para os deputados novatos, que acontecerá a dois dias da eleição da nova Mesa Diretora.
"Muitos deputados novos chegam e permanecem sem informações fundamentais do regimento e do funcionamento da Câmara. O mínimo que a Câmara poderia fazer era oferecer informações básicas", afirmou.
Aldo fará dois discursos no seminário, como revelou a Folha ontem. Mas ele nega que será privilegiado pelo contato.
Outros dois candidatos disputam o cargo - o tucano Gustavo Fruet (PR) e o petista Arlindo Chinaglia (SP). "Todos os deputados estão conversando com o Fruet e com o Chinaglia. Não há desvantagem em relação à minha candidatura."
A hospedagem dos parlamentares que virão ao evento será paga pela Câmara, mas Aldo nega acréscimos nos custos da posse. "O que houve foi o acréscimo de uma recepção que julguei importante. Esse custo já era previsto", afirmou.
A Casa, porém, arcará com mais diárias do que o previsto, já que, para participar do seminário, no dia 30, os deputados anteciparão a ida a Brasília.
Até ontem, 211 deputados tinham confirmado presença no evento. Eles ficarão hospedados no Hotel Nacional, a um custo de R$ 125 a diária.
Fruet e Chinaglia estiveram ontem em Belo Horizonte para tentar conquistar os 53 votos da bancada mineira.
Os dois disseram que não se sentem ameaçados pelo curso que Aldo dará aos deputados novatos.
Para eles, os deputados não se deixarão levar pela medida. "Não posso conceber que um deputado que representa o povo vai ter a opinião condicionada a um seminário", disse Chinaglia, que avalia como "inusitada" a medida.
Fruet disse que o curso pode ter efeito contrário e tirar votos de Aldo: "Quando a esperteza é grande, vira bicho e come o esperto. Imaginar que isso vai dar efeito no processo de votação é desprezar a capacidade de percepção dos parlamentares".
Pela manhã, o tucano visitou a Conferência CNBB (Nacional dos Bispos do Brasil), ganhou bênção, mas não apoio -o secretário-geral da entidade, dom Odilo Pedro Scherer, deixou "a decisão para a Câmara".
Em Belo Horizonte, Chinaglia foi recebido por 21 deputados federais e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT). Fruet contou com nove federais e com o governador Aécio Neves (PSDB). Se for considerado o número de deputados mineiros da oposição, Fruet pode conseguir até 28 votos em Minas, e Chinaglia, 22. Três votos estão indefinidos. (LETÍCIA SANDER, SILVIO NAVARRO E ISADORA CAMARGOS)

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