|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rússia emprestará 12 caças ao país se vencer licitação de supersônicos
IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Rússia ofereceu a cessão imediata de 12 caças para suprir as necessidades da Força Aérea Brasileira durante o hiato entre a aposentadoria dos atuais Mirage e a
chegada dos aviões "zero quilômetro", se for escolhida para fornecer o novo supersônico do Brasil. Confirmou que quer parceria
com a Embraer, caso ganhe a concorrência F-X, como o negócio de
US$ 700 milhões é conhecido.
"Temos uma solução para o caso", disse o presidente da Sukhoi,
Mikhail Pogosyan. Ele fez um roteiro de visitas a autoridades e
empresários na semana passada,
como parte da missão de empresários russos que querem elevar o
comércio bilateral, hoje estimado
em US$ 2 bilhões ao ano.
Sua solução são 12 caças Sukhoi
Su-27, a versão anterior do modelo oferecido ao Brasil, o Su-35. O
problema todo é que, qualquer
que seja o avião escolhido pela
FAB, ele não estará disponível antes de 2007 para suprir a defesa
aérea do Brasil quando os Mirage
usados hoje forem aposentados.
E essa aposentadoria começa no
fim deste ano, criando a ameaça
de um "apagão" no Grupo de Defesa Aérea baseado em Anápolis
(GO), que cobre o centro nervoso
do país: a região de Brasília e os
pólos industriais do Sudeste.
"Além disso, de uma só vez o
país conta com aviões que já são
mais avançados que os atuais Mirage e fazem a transição para o
equipamento do F-X", disse o representante do consórcio russo
que oferece do Su-35 no Brasil,
Luiz Mauro Vianna Camargo.
Outros concorrentes na disputa
também apresentaram opções
para esse "apagão". A Lockheed
americana sugeriu o uso de versões antigas do F-16, por exemplo.
Só que em forma de leasing. No
caso russo, o país pagaria apenas
o seguro dos aparelhos.
"Vamos negociar obrigatoriamente", disse Pogosyan sobre a
eventual associação com a Embraer. Ele confirmou, conforme a
Folha havia publicado em dezembro, que a negociação envolve o
mercado de aviação civil. O governo já anunciou que a indústria
nacional participará de qualquer
forma do processo.
A Embraer não aceita a proposta, até porque é concorrente direta da Sukhoi no fornecimento dos
novos caças. Os russos ofertam o
Su-35, em associação com a brasileira Avibrás. Já a Embraer é sócia
dos franceses da Dassault na oferta do Mirage 2000BR. As compensações comerciais e considerações geopolíticas darão o tom da
decisão, que deve sair em março.
Texto Anterior: "Ação política" pode tirar melhor aparelho da FAB Próximo Texto: Vice-Presidência: Alckmin e Genoino visitam Alencar Índice
|