São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

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PAINEL

Outra história
Sempre pronto a denunciar a "gastança" e a "fúria tributária" do governo Lula, o PFL terá atitude diversa no que diz respeito ao superaumento salarial dos parlamentares. Na contramão de PT e PSDB, a bancada pefelista na Câmara decidiu não fechar questão contra a proposta.

Pagando para ver
Em privado, pefelistas explicam que fechar questão "constrangeria os deputados". E apostam que petistas e tucanos mudarão de idéia na última hora.

Fora de hora
Do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), sobre o reajuste gestado no Congresso: "Neste momento em que a sociedade cobra redução dos gastos e da carga tributária, o aumento é inaceitável. O efeito para as finanças dos Estados será forte".

Telhado de vidro
O PSDB cerrou fileiras contra o aumento dos deputados, mas não será tão duro em relação ao dos juízes. A Executiva rejeitou a idéia de incluir o projeto do STF no fechamento de questão.

Divisão dos Poderes
Severino Cavalcanti (PP-PE) planeja colocar em votação num só pacote, na semana que vem, os projetos de aumento dos parlamentares, do Judiciário e do Ministério Público. "Quando vier o desgaste, divido com os outros", disse a um colega.

Amostra desconhecida
O mistério da hora em Brasília é a pesquisa Ibope que, diz a lenda, respaldaria a idéia de aumentar em 67% os salários do Congresso. Ninguém sabe, ninguém viu e tampouco imagina que pergunta fez o instituto para concluir que a população engolirá bem a farra parlamentar.

Veja bem
Renan Calheiros (PMDB-AL), antes peremptório contra o aumento, disse na reunião da Mesa do Senado que é preciso evitar discórdia entre as duas Casas.

Guarda-costas
Humberto Costa solicitou segurança policial ao Ministério da Justiça. Alega estar sofrendo ameaças. O conteúdo de uma carta teria indicado que quem ameaça o titular da Saúde conhece sua rotina em Brasília.

Em atraso
Entre as áreas cuja desapropriação será anunciada hoje pelo ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) em visita ao Pará estão terras financiadas com recursos da Sudam. De acordo com o governo, os proprietários não estariam honrando os compromissos.

Para a torcida
Apesar das desapropriações, reservadamente o governo já vislumbra uma batalha judicial para derrubar as liminares de reintegração de posse.

Canarinho
Foi o ministro Luiz Gushiken quem orientou o Banco do Brasil a pressionar a CBV a voltar atrás na escolha de rosa e preto para o uniforme do vôlei. Além do respeito às cores da bandeira, pesquisas do governo indicam que o verde-e-amarelo têm mais potencial mercadológico.

Décimo-terceiro 1
Ao fechar o balanço de 2004 do bilhete único paulistano, a gestão tucana deparou-se com um salto no subsídio, de R$ 32 mi em novembro para R$ 51 mi em dezembro. Do total, R$ 26,8 foram pagos por Marta Suplicy; R$ 24,2 mi ficaram para Serra.

Décimo-terceiro 2
Em outubro e setembro, o custo ficou na casa dos R$ 28 mi, patamar ao qual retornou neste mês. A oscilação deu à prefeitura duas hipóteses: ou o paulistano deixou o carro na garagem em dezembro, ou o PT represou pagamentos pós-eleitorais e deixou a conta para Serra.

TIROTEIO

Do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), sobre o festival de aumentos salariais que se prepara em Brasília:
-O dos parlamentares é inoportuno, mas o pior é o dos ministros do Supremo. Este, além de servir de álibi ao pleito dos deputados, será um verdadeiro tsunami para as administrações estaduais. Provocará aumentos em cascata para diversas categorias e, com isso, a completa desorganização das contas.

CONTRAPONTO

Ele é o bom

No final do ano passado, a senadora petista Serys Slhessarenko (PT-MT) recebeu homenagem de uma frente de defesa do software livre, em conseqüência de sua atuação nessa área.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), foi um dos convidados dela para comparecer à cerimônia de premiação, que ocorreria após uma sessão da Casa. Ainda no plenário, o tucano comentou com outros senadores a gentileza da colega.
Parlamentares da oposição e da base aliada estranharam, pois nenhum deles havia recebido convite para o evento.
Conhecido por não perder uma chance de provocar o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), Virgílio aproveitou-se do fato de que nem mesmo ele fora convidado e brincou:
-Aloizio, quando você estiver com problemas de convencimento no PT, deixa que com a Serys converso eu.


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