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Novo interino do DF é alvo de ação por improbidade
Wilson Lima é réu em razão de criação de cargos de confiança considerados ilegais pelo TJ
Governador interino afirma que denúncia do Ministério Público "beira as raias do absurdo" e nega todas as acusações de irregularidade
FERNANDA ODILLA
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto luta para se manter no poder, o novo governador interino do Distrito Federal, Wilson Lima (PR), responde a processo na Justiça por
improbidade administrativa.
Ele e outros quatro deputados são réus em ação movida
pelo Ministério Público do DF
por terem assinado ato de criação de cargos de confiança em
2008, contrariando a lei. Lima
era o responsável pela área de
pessoal da Câmara do DF.
Movida em outubro, a ação
questiona deliberação da Mesa
que recriou cargos no fundo de
saúde dos deputados. Quinze
dias antes de os cinco distritais
assinarem o documento, o Tribunal de Justiça do DF havia
considerado os cargos ilegais.
O Ministério Público pediu a
suspensão dos direitos políticos e multa de R$ 1,2 milhão para Lima e cada um dos outros
integrantes da Mesa.
"Os membros da Mesa agiram dolosamente, alinhados
contra os princípios da administração pública, restando
configurado o ato de improbidade", afirma a denúncia.
O processo está em fase de
apresentação da argumentação
dos distritais. A defesa de Lima
sustenta que a denúncia "beira
as raias do absurdo". Alega que
houve apenas mudança de nomenclatura de dois cargos.
O novo governador também
tem uma dívida com a Fazenda
Pública do DF, que acionou a
Justiça contra seu supermercado. Segundo o processo, o débito de R$ 20 mil foi parcelado e
já está sendo quitado.
Pesa ainda sobre Lima a suspeita de ter alterado, em 2006,
o Plano Diretor do Gama, cidade onde vive, liberando terrenos residenciais para construir
postos de gasolina. Relator do
projeto, teria mudado o texto
para beneficiar amigos.
Ele ainda é suspeito de desviar servidores da Câmara Legislativa para trabalhar no Instituto Wilson Lima, que oferece cursos profissionalizantes.
Lima nega todas as acusações.
No inquérito da Caixa de
Pandora, há só uma citação lateral sobre Lima. Em folha
apreendida na casa de um secretário do governador afastado José Roberto Arruda, as iniciais WL aparecem junto ao nome de outros deputados distritais, sem valores, com números
soltos e a inscrição "balanço".
Por avaliar como inconsistentes as acusações, a base aliada de Arruda se mobilizou ontem para tentar blindar o DF contra a possível intervenção.
Com a ameaça de o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar a entrada de um interventor, Wilson Lima, que é aliado de Arruda, passou o dia tentando dar provas de estabilidade. Reuniu secretários e pediu relatório das principais ações em andamento.
Lima marcou um encontro
no Tribunal de Contas para
anunciar a suspensão de pagamentos de contratos com empresas citadas no inquérito que
investiga o mensalão do DEM e pediu urgência nas auditorias.
O novo governador não deu entrevista. Mandou apenas um recado por assessores: "A intervenção não é oportuna".
Colaborou FILIPE COUTINHO, da Sucursal de Brasília
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