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Maia sente falta de "um Pedro Parente"
DA SUCURSAL DO RIO
O prefeito do Rio, Cesar Maia
(PFL), disse ontem que a má gestão na administração federal
agravou a crise política provocada
pelo caso Waldomiro Diniz.
"Falta um Pedro Parente [ex-chefe da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso] no governo
federal, alguém que dê ordenação, consistência e coerência às
ações governamentais. Essa é a
questão de fundo, e a política vem
como desdobramento."
Waldomiro Diniz, ex-subchefe
de Assuntos Parlamentares da
Presidência, foi flagrado pedindo
propina e contribuição de campanha, em 2002, a um empresário de
jogos. À época, trabalhava para o
governo de Benedita da Silva
(PT), no Rio de Janeiro.
Para Maia -que foi um dos articuladores da aproximação entre
o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e o presidente do PDT,
Leonel Brizola-, a recente desavença entre os ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do
Planejamento, Guido Mantega, é
um exemplo de problema gerencial: "A falta de gestão fez com que
problemas pequenos se transformassem em grandes".
Segundo Maia, a maneira com
que o governo lidou com a crise
política gerou uma maior união
entre os partidos de oposição.
"Eu e a torcida do Flamengo, todo mundo acha que foi um desastre [a maneira com que o governo
lidou com a crise]", disse.
O prefeito, que é vice-presidente
nacional do PFL e candidato à
reeleição no Rio, afirmou que o
momento é "conveniente" para
uma maior aproximação do partido com o PSDB.
Diferentemente dos partidos da
base governista, que têm cobrado
mudanças na política econômica
do governo, Maia considera positivo o fato de a economia continuar "estabilizada" num quadro
de desestabilização política e administrativa.
Em sua avaliação, as instituições
democráticas do país não correm
risco enquanto houver estabilidade na economia.
"Se tivéssemos junto uma crise
econômica profunda, teríamos
uma situação delicada, mas não é
esse o caso", afirmou.
O prefeito do Rio concedeu entrevista após ter almoçado com
empresários na Associação Comercial do Rio, ontem.
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