São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 2000


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GOVERNO
Problemas nas comemorações dos 500 anos do Descobrimento eliminaram dúvidas sobre saída do ministro
Presidente decide dispensar Greca

da Sucursal de Brasília


A decisão no Palácio do Planalto já está tomada e o ministro Rafael Greca (Esporte e Turismo) vai mesmo sair do governo.
Mas o ritual de saída prevê ainda dois passos: o presidente Fernando Henrique Cardoso espera que o próprio ministro entregue o cargo e que seus assessores terminem os estudos sobre o que é melhor do ponto de vista administrativo -continuar um ministério autônomo ou ser desmembrado.
A Folha apurou que o desastre das comemorações dos 500 anos do Descobrimento -tanto a desorganização quanto a falta de conteúdo da festa- eliminaram as últimas dúvidas sobre a saída do ministro.
Se Greca mantiver a agenda ainda por cumprir das comemorações, ele volta a Porto Seguro (BA) amanhã para a celebração da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) dos 500 anos da primeira missa realizada no Brasil, regressa a Brasília na quinta e entrega o cargo.
Greca está no Rio de Janeiro, mas não compareceu a um evento relativo aos 500 anos do Descobrimento.

Futuro
Quanto ao futuro do Ministério do Esporte e Turismo, há duas visões em discussão dentro do governo.
Uma, favorável à manutenção da pasta e à manutenção do PFL no comando.
Nesse caso, sai Greca, e o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) indica um novo afilhado para o posto, também um pefelista do Sul.
Outro grupo acha que o turismo é uma indústria para ser levada a sério e não pode ser tratado como um apêndice do esporte -que poderia voltar a ter um ministério exclusivo, como nos tempos em que Pelé ocupava a pasta, no primeiro mandato de FHC.
Entre os que defendem o desmembramento, uma das propostas em debate sugere que o turismo se transforme em uma secretaria incorporada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de Alcides Tápias.
Ontem à noite, Georges Lamazière, porta-voz da Presidência, disse que FHC não vai se manifestar mais sobre a saída do ministro Greca. O ministro e seus assessores não foram localizados ontem pela Folha para falar sobre a saída de Greca.
A decisão, em definitivo, de tirar Rafael Greca do governo não tem a ver apenas com os problemas das comemorações dos 500 anos. Na avaliação de parte do Planalto, o ministro é "muito festeiro e pouco produtivo".


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