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GOVERNO
Problemas nas comemorações dos 500 anos do Descobrimento eliminaram dúvidas sobre saída do ministro
Presidente decide dispensar Greca
da Sucursal de Brasília
A decisão no Palácio do Planalto já
está tomada e o ministro Rafael Greca
(Esporte e Turismo) vai mesmo sair
do governo.
Mas o ritual de saída prevê ainda dois passos: o presidente Fernando Henrique Cardoso espera
que o próprio ministro entregue o
cargo e que seus assessores terminem os estudos sobre o que é melhor do ponto de vista administrativo -continuar um ministério autônomo ou ser desmembrado.
A Folha apurou que o desastre
das comemorações dos 500 anos
do Descobrimento -tanto a desorganização quanto a falta de
conteúdo da festa- eliminaram
as últimas dúvidas sobre a saída
do ministro.
Se Greca mantiver a agenda ainda por cumprir das comemorações, ele volta a Porto Seguro (BA)
amanhã para a celebração da
CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil) dos 500 anos da
primeira missa realizada no Brasil, regressa a Brasília na quinta e
entrega o cargo.
Greca está no Rio de Janeiro,
mas não compareceu a um evento
relativo aos 500 anos do Descobrimento.
Futuro
Quanto ao futuro do Ministério
do Esporte e Turismo, há duas visões em discussão dentro do governo.
Uma, favorável à manutenção
da pasta e à manutenção do PFL
no comando.
Nesse caso, sai Greca, e o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC)
indica um novo afilhado para o
posto, também um pefelista do
Sul.
Outro grupo acha que o turismo
é uma indústria para ser levada a
sério e não pode ser tratado como
um apêndice do esporte -que
poderia voltar a ter um ministério
exclusivo, como nos tempos em
que Pelé ocupava a pasta, no primeiro mandato de FHC.
Entre os que defendem o desmembramento, uma das propostas em debate sugere que o turismo se transforme em uma secretaria incorporada ao Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, de Alcides Tápias.
Ontem à noite, Georges Lamazière, porta-voz da Presidência,
disse que FHC não vai se manifestar mais sobre a saída do ministro
Greca. O ministro e seus assessores não foram localizados ontem
pela Folha para falar sobre a saída
de Greca.
A decisão, em definitivo, de tirar Rafael Greca do governo não
tem a ver apenas com os problemas das comemorações dos 500
anos. Na avaliação de parte do
Planalto, o ministro é "muito festeiro e pouco produtivo".
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