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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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Rosinha chama proposta de Lula de 'cretina'; PSDB cobra apoio da base

DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A governadora do Rio, Rosinha Matheus (PSB), chamou de "cretina" a proposta de adiar por dois anos a definição sobre a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na origem ou no destino do produto.
Ao fazer um discurso que classificou como um "desabafo", na inauguração de uma delegacia em Piraí, Rosinha deu sua versão sobre o último encontro entre o presidente Lula e os governadores, na semana passada. Segundo ela, o governo federal está usando "dois pesos e duas medidas" ao não incluir essa discussão na proposta de reforma tributária.
Rosinha disse que fez um pedido a Lula para que a definição do local de cobrança do imposto estivesse nas propostas que o governo federal enviará ao Congresso. A discussão é uma das mais polêmicas da reforma tributária e, por isso, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, vem defendendo que a definição seja adiada.
Estados exportadores como São Paulo defendem a cobrança do ICMS na origem enquanto governadores do Nordeste querem que a cobrança ocorra no destino.

Tucanos
Os governadores do PSDB poderão abandonar o consenso fechado em torno da votação das reformas tributária e previdenciária se Lula não assegurar o apoio de sua própria base às reformas.
O recado foi transmitido ontem ao presidente pelo governador do Ceará, Lúcio Alcântara, em reunião com Lula no Planalto. "É importante as pessoas estarem sintonizadas, especialmente aquelas figuras de grande expressão na base aliada. A única condição que se poderia invocar é a solidariedade de todos às propostas", disse.
Alcântara é um dos governadores mais influentes entre os tucanos, por ser antigo aliado do senador Tasso Jereissati (CE), apontado como um dos possíveis presidenciáveis do partido para 2006.
Entre os líderes da base aliada que precisam apoiar de maneira mais clara as reformas, o governador citou o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o provável relator da reforma previdenciária, deputado federal José Pimentel (PT-CE). Mencionou ainda o PDT, partido aliado, que tem se mostrado resistente.
"Não podemos aceitar que pessoas que têm cargo de grande representação se posicionem contra princípios que foram acordados na reunião [dos governadores com Lula]. Acredito que, se houver lideranças de porte se posicionando contra as medidas que estamos propondo, haverá um constrangimento que poderá influir no destino das propostas."
Alcântara afirmou que o presidente Lula assegurou a ele que se empenhará para confirmar o apoio de todos os petistas, inclusive os das chamadas "alas radicais" do partido.
Alcântara disse que o presidente relatou, na conversa, que se sentiria "frustrado" se não conseguisse fazer "muito pelo Nordeste".
"Se formos colocar tudo o que houve de preconceito [contra o Nordeste], o país estaria devendo uma grande soma [aos nordestinos]", afirmou Lula, segundo o relato do governador.


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