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Rosinha chama proposta de Lula de
'cretina'; PSDB cobra apoio da base
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A governadora do Rio, Rosinha
Matheus (PSB), chamou de "cretina" a proposta de adiar por dois
anos a definição sobre a cobrança
do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na
origem ou no destino do produto.
Ao fazer um discurso que classificou como um "desabafo", na
inauguração de uma delegacia em
Piraí, Rosinha deu sua versão sobre o último encontro entre o presidente Lula e os governadores, na
semana passada. Segundo ela, o
governo federal está usando "dois
pesos e duas medidas" ao não incluir essa discussão na proposta
de reforma tributária.
Rosinha disse que fez um pedido a Lula para que a definição do
local de cobrança do imposto estivesse nas propostas que o governo federal enviará ao Congresso.
A discussão é uma das mais polêmicas da reforma tributária e, por
isso, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, vem defendendo que a definição seja adiada.
Estados exportadores como São
Paulo defendem a cobrança do
ICMS na origem enquanto governadores do Nordeste querem que
a cobrança ocorra no destino.
Tucanos
Os governadores do PSDB poderão abandonar o consenso fechado em torno da votação das
reformas tributária e previdenciária se Lula não assegurar o apoio
de sua própria base às reformas.
O recado foi transmitido ontem
ao presidente pelo governador do
Ceará, Lúcio Alcântara, em reunião com Lula no Planalto. "É importante as pessoas estarem sintonizadas, especialmente aquelas
figuras de grande expressão na
base aliada. A única condição que
se poderia invocar é a solidariedade de todos às propostas", disse.
Alcântara é um dos governadores mais influentes entre os tucanos, por ser antigo aliado do senador Tasso Jereissati (CE), apontado como um dos possíveis presidenciáveis do partido para 2006.
Entre os líderes da base aliada
que precisam apoiar de maneira
mais clara as reformas, o governador citou o presidente da Câmara,
João Paulo Cunha (PT-SP), o líder
do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o provável
relator da reforma previdenciária,
deputado federal José Pimentel
(PT-CE). Mencionou ainda o
PDT, partido aliado, que tem se
mostrado resistente.
"Não podemos aceitar que pessoas que têm cargo de grande representação se posicionem contra
princípios que foram acordados
na reunião [dos governadores
com Lula]. Acredito que, se houver lideranças de porte se posicionando contra as medidas que estamos propondo, haverá um
constrangimento que poderá influir no destino das propostas."
Alcântara afirmou que o presidente Lula assegurou a ele que se
empenhará para confirmar o
apoio de todos os petistas, inclusive os das chamadas "alas radicais" do partido.
Alcântara disse que o presidente
relatou, na conversa, que se sentiria "frustrado" se não conseguisse
fazer "muito pelo Nordeste".
"Se formos colocar tudo o que
houve de preconceito [contra o
Nordeste], o país estaria devendo
uma grande soma [aos nordestinos]", afirmou Lula, segundo o
relato do governador.
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