São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Deixa que eu deixo

A base aliada saiu rindo à toa da reunião de líderes realizada para definir o rito de instalação da CPI do Apagão Aéreo no Senado. Diante da benevolência da oposição, que tomou a iniciativa de propor que fossem dilatados os prazos para a indicação dos membros, os governistas agora acham que será sopa simplesmente enterrar a investigação na Casa.
"A oposição, nesse episódio, fica a todo momento falando "me segura, senão eu brigo'", resumiu um governista logo depois da reunião. A idéia agora é, tão logo o Supremo Tribunal Federal decida pela instalação da CPI na Câmara, chamar novamente os oposicionistas e apelar à "racionalidade" de fazer uma só comissão.

Na mão. A oposição, tão compreensiva, pode ficar a ver navios caso a CPI do Apagão Aéreo vingue no Senado. Isso porque o PT insistirá que, para definir os cargos na comissão, seja considerado o bloco governista. Isso tiraria do DEM o direito de indicar o presidente ou o relator.

Fim de linha. Diante da aparente iminência da nova CPI, repórteres perguntaram a Romero Jucá (PMDB-RR) quando começaria a funcionar a das ONGs, criada há 40 dias. "Estamos na reta final das indicações", respondeu o líder do governo. "A reta do Romero é longa", brincou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Bandeira. O DEM decidiu usar seus programas de televisão, em maio, para amplificar a campanha "Xô CPMF". Parte das propagandas regionais do partido vai martelar o slogan, enquanto a peça nacional será dedicada a apresentar o novo nome e a nova direção do antigo PFL.

Freguês. O senador Tasso Jereissati (CE) está relatando aos governadores do PSDB os detalhes de sua visita a Lula. Ontem, o presidente da sigla recebeu em Brasília a gaúcha Yeda Crusius e avisou que pretende voltar ao Planalto.

Parceria. A CNI, presidida pelo deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), decidiu entregar a Lula o documento final do congresso sobre inovação na indústria que realizou em São Paulo.

Tricô. Quem marcou presença ontem no congresso de inovação foi José Serra (PSDB). Na sede da Fiesp, o governador defendeu a importância da indústria e repetiu seu mantra sobre juros e câmbio. O presidente da federação, Paulo Skaf, retribuiu rasgando elogios ao tucano.

Boicote. O clima no PMDB antes de Michel Temer (SP) partir para nova conversa com o ministro Mares Guia (Relações Institucionais), ontem, beirava a insurreição. Um grupo falava em boicotar votações em plenário -e não só nas comissões- caso a novela do segundo escalão não se resolva em uma semana.

Até isso. Alegando ser a maior bancada da Câmara, o PMDB pediu a Arlindo Chinaglia (PT-SP) para ocupar a primeira fila do lado esquerdo do plenário, onde se sentam os petistas desde 2003. O pleito desencadeou protestos, já que os desalojados teriam de ir para o "fundão". No fim, decidiram deixar como antes.

Timing. O ministro Carlos Lupi (Trabalho) se esforça para concluir ainda nesta semana as negociações sobre a medida provisória que vai formalizar -garantindo recursos adicionais- as centrais sindicais . Tudo para anunciar com pompa o acordo nas comemorações de 1º de Maio da Força Sindical e da CUT, em SP.

Vingança. O PSDB paulistano quer dar o troco em Roberto Tripoli, que em 2005 deixou o partido, aliou-se aos opositores do então prefeito José Serra e levou a presidência da Câmara Municipal. Mesmo sem muitas chances de êxito, a direção da sigla pedirá na Justiça a vaga do vereador, que agora está no PV.

Tiroteio

"O Mário Covas fazia mais oposição ao Fernando Henrique do que o Serra faz ao Lula".
Da ex-deputada federal ZULAIÊ COBRA (SP), que ontem anunciou sua desfiliação do PSDB sob a alegação de que discorda dos gestos de aproximação entre tucanos e petistas.

Contraponto

Show do milhão

Roberto Requião (PMDB) comandava ontem o encontro semanal da Escola de Governo do Paraná, transmitido pela TV Educativa local, quando percebeu que eram poucos os deputados de sua base na Assembléia Legislativa presentes na platéia. O governador então teve uma idéia para elevar o quórum nas próximas semanas:
-Agora vai ser como nos programas de auditório: quem aparecer sairá daqui com um prêmio.
E foi logo estabelecendo os critérios:
-O deputado que aparecer quatro vezes ganha um desfibrilador para enviar à sua base eleitoral. Se forem quatro vezes seguidas leva uma ambulância!


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