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Governo gaúcho põe ações de banco estatal à venda
Disputa com oposição, que teme privatização, é acirrada
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O governo do Rio Grande do
Sul decidiu colocar à venda
ações do Banrisul, banco estatal, para garantir a entrada de
recursos extras no caixa do Estado. A gestão de Yeda Crusius
(PSDB) enfrenta dificuldades
para quitar dívidas com fornecedores e fazer investimentos.
Apesar de o governo ter afirmado que a negociação não
abrirá caminho para a privatização do banco, a medida acirrou o confronto com a oposição, já que Yeda havia garantido, durante sua campanha, que
não venderia o Banrisul.
A eventual privatização foi o
tema principal do segundo turno da eleição gaúcha, que opôs
Yeda a Olívio Dutra (PT).
A intenção do governo tucano é arrecadar cerca de R$ 2 bilhões com a venda das ações,
soma que praticamente zeraria
o déficit de R$ 2,2 bilhões.
Os recursos, segundo estudos da Secretaria da Fazenda,
serviriam para criar um fundo
garantidor de aposentadorias.
O líder do PT na Assembléia
Legislativa, Raul Pont, disse
que a oposição foi surpreendida pela informação da venda e
que impedirá qualquer tentativa de privatização.
A direção do Banrisul diz que
não haverá alteração no controle acionário do banco porque serão oferecidas somente
ações preferenciais (sem direito a voto). O governo do Rio
Grande do Sul tem 99,4% de
participação no banco.
Ontem, em Brasília, Yeda se
reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Pediu
aval para negociar financiamento com o Banco Mundial
para abater parte da dívida do
Estado com o governo federal.
Não houve resposta imediata
do ministro.
(SIMONE IGLESIAS)
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