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Nova ombudsman investigará reportagens
Suzana Singer, que assume hoje, diz ter como metas localizar eventuais problemas de apuração e mobilizar novos leitores
Jornalista incorporará ao seu trabalho a crítica de notícias da internet; "É um desafio novo, para o qual a função terá de se adequar", diz ela
Marisa Cauduro/Folha Imagem
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A ombudsman Suzana Singer, que está na Folha desde 87 e foi editora de Cotidiano, diretora de Revistas e secretária de Redação
DA REDAÇÃO
A jornalista Suzana Singer,
44, assume hoje as funções de
ombudsman da Folha. Ela
substitui o jornalista Carlos
Eduardo Lins da Silva, que
exerceu o cargo por dois mandatos, de abril de 2008 a fevereiro deste ano.
Singer será a primeira ombudsman após a fusão das redações da Folha e da Folha
Online. Ela incorporará ao seu
trabalho a crítica ao noticiário
da internet. "É um desafio novo, para o qual a função terá de
se adequar, já que o noticiário
muda quase a cada minuto."
Entre as metas da nova ombudsman está a de ser mais ativa na localização de eventuais
problemas de apuração das reportagens. "Pretendo, por
exemplo, conversar com pessoas que foram entrevistadas
pelo jornal", diz Singer.
Além disso, a ombudsman
tentará mobilizar novos leitores. "Quero incentivar quem
nunca escreveu a dar sua opinião sobre a Folha", diz.
Segundo Singer, a função, sobretudo em ano eleitoral, acaba
atraindo um público mais afeito à militância política, geralmente comprometido com alguma candidatura.
Secretaria de Redação
Suzana Singer trabalha na
Folha desde 1987. Foi secretária de Redação, na área de edição, entre março de 2004 e janeiro deste ano.
Nesse período, foi responsável pelo fechamento do jornal e
pela Primeira Página em duas
eleições municipais, na eleição
presidencial de 2006 e na cobertura do mensalão, a mais
grave crise política do governo
Lula, deflagrada em 2005.
Ela é filha do economista
Paul Singer, atual secretário de
Economia Solidária do governo
federal, e irmã do cientista político André Singer, que foi porta-voz do presidente Lula e
atualmente é professor da USP.
Também jornalista, André
trabalhou na Folha por vários
anos e foi secretário de Redação no final dos anos 80.
"O fato de ser filha e irmã de
petistas não me constrange.
Não tenho nenhuma inclinação partidária e sempre soube
separar família e trabalho",
afirma a jornalista.
Ela já ocupou as funções de
diretora de Revistas e editora
de Cotidiano (então Cidades).
Trabalhou, como repórter e em
funções de chefia, nas editorias
de Educação, Ciência e Suplementos.
Participou diretamente da
criação do caderno Folhateen
e do Guia da Folha, além de
idealizar e implantar seções como Saúde e FolhaCorrida.
Colaborou ainda no projeto
dos cadernos Vitrine, Sinapse
e da revista infantil DisneyExplora, já extintos.
"Por ter saído há pouco da
edição, sei bem das dificuldades que a Redação enfrenta.
Não pretendo desculpar os erros que a Folha comete a cada
dia. Vou criticar. Mas tentarei
também apontar caminhos que
ajudem a melhorar esse produto tão imperfeito que é o jornal
diário", diz Singer.
Suzana Singer é casada e tem
dois filhos, uma menina de sete
anos e um menino de quatro.
Estudou no Jardim-Escola São
Paulo, que não existe mais, e no
colégio Santa Cruz. Formou-se
em jornalismo pela PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e cursou
ciências sociais na USP.
A nova ombudsman é conhecida pelo senso prático. Entre
suas qualidades, colegas destacam a capacidade de trabalhar
em equipe e o talento para
transformar em assunto jornalístico aspectos da vida cotidiana ou tendências de comportamento da sociedade.
"Num ambiente tantas vezes
autocentrado e cheio de vaidades como é o das redações, a
Suzana sempre orientou seu
trabalho pela busca obsessiva
dos interesses e das preocupações reais do público leitor. Essa é a sua marca", diz o colunista Fernando de Barros e Silva.
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