São Paulo, sexta, 25 de abril de 1997.

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PRIVATIZAÇÃO
Valecom, liderado pela Votorantim, e Brasil, comandado pela CSN, se pré-qualificam para disputar estatal
Dois consórcios vão disputar leilão da Vale

da Sucursal do Rio

Dois consórcios se pré-qualificaram ontem para participar do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, marcado para o próximo dia 29: o Consórcio Valecom, liderado pelo grupo Votorantim, e o Consórcio Brasil, liderado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
Ontem foi encerrado o prazo de pré-qualificação dos consórcios, com a entrega da documentação dos participantes à CLC (Câmara de Liquidação e Custódia) da Bolsa de Valores do Rio.
A pedido do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), gestor do programa de privatização do governo federal, a CLC prorrogou das 16h para as 18h30 o prazo final para a entrega dos documentos.
A prorrogação permitiu que o Consórcio Brasil entregasse sua documentação a tempo. O Consórcio Valecom havia feito a entrega antes das 16h.
O presidente do Conselho de Administração da CSN, Benjamin Steinbruch, disse que o atraso foi devido a dificuldades na preparação dos documentos.
O Consórcio Valecom não trouxe surpresas. Além do Votorantim, ele é integrado pela Anglo American, Caemi-Mitsui, Brasil-Japão Participações (consórcio de 12 corporações) e os fundos de pensão Sistel (Telebrás) e Centros (Banco Central).
A ausência da mineradora sul-africana Gencor foi a principal surpresa na lista dos participantes do Consórcio Brasil divulgada no final da tarde por Steinbruch, na sede da CSN, no Rio.
Steinbruch disse que a Gencor ainda não decidiu pela participação, mas acrescentou que a adesão ainda é possível.
De acordo com Steinbruch, um grupo de ``quatro a cinco empresas'', inclusive a Gencor, se inscreveu no consórcio com uma participação mínima, deixando para definir até segunda-feira se irá efetivamente entrar no leilão.
A adesão de última hora entre os nomes certos do consórcio da CSN foi a produtora de alumínio norte-americana Alcoa, que participará por meio da sua filial brasileira.
Além da CSN e da Alcoa, Steinbruch deu como nomes certos no consórcio os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa Econômica) e Funcesp (Cesp), a Companhia Suzano de Papel e Celulose, o Nations Bank e o Banco Opportunity.
Benjamin Steinbruch disse que o consórcio tem condições de ir ao leilão, mas acrescentou que, como os investimentos para a compra da Vale são elevados, todo dinheiro adicional será bem-vindo.
Steinbruch disse que, se o Consórcio Brasil ganhar o leilão, seus participantes pretendem destinar um total de 4,5% das ações ordinárias (com direito a voto sem restrições) da mineradora para servirem de lastro para a venda de cotas de um fundo de participações.
Esse fundo teria o objetivo de atrair pequenos investidores para o grupo controlador da Vale. Os investidores não teriam ações, que não poderão ser vendidas por cinco anos, mas só cotas do fundo.
Steinbruch disse também que a intenção é pulverizar ao máximo o capital da Vale entre seus participantes. Segundo ele, o ideal é que nenhum participante tenha mais de 25% do capital da empresa que controlará a mineradora.

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