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CORRUPÇÃO
Acusação envolve cobrança de propinas e testamentos falsos no PR
Procuradoria denuncia 4
oficiais de Justiça em Foz
FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba
A Procuradoria do Estado do Paraná está denunciando quatro oficiais de Justiça do Estado acusados
de corrupção na região de Foz do
Iguaçu (637 km de Curitiba - PR).
Luiz Carlos Barbosa é acusado
de cobrar propinas de advogados
para cumprir diligências de notificações. Mauro Junges, Cláudio
Alexandre e Divonsir Machado teriam assinado certidões falsas
atestando que não haviam encontrado endereços de estabelecimentos nem os responsáveis legais.
O caso, considerado grave pelo
procurador do Estado do Paraná,
Paulo Roberto Gomes Júnior, 26,
chefe da regional, está sendo encaminhado à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado.
A Corregedoria deve receber,
nos próximos dias, um dossiê de
30 páginas contendo provas da
ação dos oficiais nos últimos meses. A Agência Folha conseguiu
uma cópia do documento.
Nas investigações, o procurador
descobriu que uma das vítimas do
oficial Luiz Carlos Barbosa foi o
advogado Décio Ribeiro Júnior, de
quem o oficial é acusado de cobrar
R$ 500 para fazer a busca e a
apreensão de um ônibus envolvido em um acidente. Pela tabela de
despesas de condução, expedida
pelo Fórum de Foz do Iguaçu, o
valor deve ser de R$ 85. "Se ele
não desse os R$ 500, a diligência
seria retardada sabe-se lá até
quando", disse o procurador.
A vítima foi à imprensa de Foz e
contou o que estava acontecendo.
Ao tomar conhecimento do caso,
Gomes Júnior convocou o oficial
para dar explicações. Ele confirmou a cobrança de propinas e disse ser uma prática corriqueira.
O depoimento de Barbosa ao
procurador, gravado por uma
emissora de TV local, foi desmentido por ele no dia seguinte.
O oficial alegou ser mitômano
(mentiroso compulsivo) "desde
os tempos da escola" e que tudo o
que dissera não era verdade.
"Os advogados que não pagam as propinas entram para uma
"lista negra' e sempre terão seus
processos atrasados pela má vontade deliberada desses oficiais de
Justiça", disse o procurador.
A outra irregularidade apontada
é a falsificação de certidões, que
teria sido feita pelos outros oficiais. O procurador constatou que
as empresas existem nos locais determinados. Ele não descarta a hipótese de os oficiais terem cobrado das empresas para que não fossem notificadas. "Mas isto ainda não tenho como provar."
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