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Procuradoria tenta
impedir candidaturas
ROBERTO COSSO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O Ministério Público Federal
em Brasília vai propor ações cíveis
e criminais contra o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)
e o ex-senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) com o fim de
tentar impedir que eles sejam
candidatos nas próximas eleições.
Arruda renunciou ao cargo de
senador ontem, e ACM diz que
vai fazer o mesmo na próxima semana. Ambos querem se livrar da
suspensão dos direitos políticos
que seria imposta com a cassação
de seus mandatos. Caso sejam
condenados definitivamente em
alguma das ações que serão propostas contra eles, os dois ficarão
inelegíveis do mesmo modo. Mas,
com as renúncias, os processos
contra eles ficam mais fáceis.
Os procuradores da República
acreditam que ACM e Arruda cometeram ato de improbidade administrativa, que é punido com a
suspensão dos direitos políticos.
Além disso, os procuradores
pretendem acusá-los criminalmente. Uma condenação criminal definitiva também suspende
os direitos políticos do acusado.
A Folha apurou que a estratégia
do Ministério Público é esperar a
renúncia de ACM para propor
ações contra os dois. Isso porque
os senadores só podem ser processados criminalmente pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e o processo depende de autorização do Senado.
Ao renunciarem, eles perdem
os privilégios e ficam sujeitos aos
processos penais como qualquer
cidadão. A denúncia pode ser oferecida por qualquer procurador, e
a ação tem trâmite normal.
ACM e Arruda deverão sofrer
ação civil pública por ato de improbidade administrativa sob a
acusação de terem ferido o princípio da moralidade administrativa
e de terem violado o dever de lealdade à instituição. A lei prevê as
seguintes punições: perda da função pública, suspensão dos direitos políticos (três a cinco anos),
proibição de efetuar contratos
com o poder público por três anos
e pagamento de multa civil.
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