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ELEIÇÕES 2006 / DATAFOLHA
Sem PMDB na disputa, Lula vence Alckmin no 1º turno
Petista ganha terreno entre eleitores mais instruídos, do sexo feminino e da região Sul
No geral, quadro se altera
pouco em relação a pesquisa
anterior, apesar da crise de
segurança em São Paulo e
de programas do PT na TV
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Nova pesquisa Datafolha
concluída ontem revela que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva continua favorito nas eleições de 1º de outubro. O petista
tem chances maiores de vencer
no primeiro turno caso o
PMDB não tenha candidato.
Neste cenário, Lula teria 54%
dos votos válidos (excluídos
brancos, nulos e indecisos).
Segundo o levantamento,
mesmo que o PMDB apresente
candidatura (o que ainda não
está decidido), o presidente petista continua com chances de
ser reeleito na primeira rodada.
Foi a primeira pesquisa feita
pelo Datafolha após os ataques
do PCC (Primeiro Comando da
Capital) no Estado de São Paulo, governado até 30 de março
pelo principal adversário de
Lula, Geraldo Alckmin (PSDB).
O levantamento mostrou, na
cidade de São Paulo, uma queda
de seis pontos percentuais nas
intenções de voto em Alckmin,
que passou de 47% para 41%.
Em contrapartida, Lula ganhou
cinco pontos, subindo de 30%
para 35%. O peso específico da
capital paulista no eleitorado
nacional é de 6,4%.
A pesquisa, que tem margem
de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos,
foi a primeira realizada apenas
entre eleitores. O levantamento também é o primeiro feito
em parceria entre a Folha e a
Rede Globo.
Na hipótese de não haver
candidatura no PMDB, Lula
oscilou de 43% das intenções
de voto do início de abril para
45% hoje. O ex-governador de
São Paulo Geraldo Alckmin oscilou de 23% para 22%.
Assim, a vantagem de Lula
sobre o tucano subiu de 20
pontos percentuais, em abril,
para 23 pontos hoje.
Na segunda-feira, véspera do
primeiro dos dois dias de realização do campo da pesquisa, o
PT teve forte exposição na mídia nacional, com inserções estaduais de propaganda política
na televisão.
No cenário sem o PMDB, Lula subiu em três segmentos:
eleitores com nível superior
(de 27% para 32%; Alckmin
caiu de 33% para 30%); mulheres (de 36% para 41%; Alckmin
oscilou de 22% para 21%); e região Sul (foi de 29% para 34%;
o tucano ficou em 21%).
A pesquisa mostra uma polarização dos eleitores com menos renda e nordestinos votando em Lula. Os de maior renda
e paulistas, em Alckmin.
Entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos (R$ 700), Lula tem 49%
das intenções de voto, contra
os 17% de Alckmin. No Nordeste, fortemente atendido pelo
Bolsa-Família, o presidente
tem 60%; Alckmin, 12%.
Na terça, Lula explorou o
Bolsa-Família: "Neste país tem
um tipo de político que não
gosta de pobre, que acha que
dar dinheiro para a pessoa comer é assistencialismo", disse.
Já em São Paulo, Alckmin
bate Lula com diferença de 9
pontos. Em outras localidades,
a distância entre os dois adversários diminui proporcionalmente ao nível de renda e desenvolvimento de cada região.
Uma das principais novidades do levantamento é que despencaram as intenções de voto
em Anthony Garotinho
(PMDB). No último Datafolha,
ele tinha 15%. Hoje, tem 7%.
Entre um levantamento e
outro, Garotinho fez greve de
fome em protesto contra o que
considera um tratamento negativo da imprensa e sofreu
com denúncias de desvios no
Estado do Rio, governado por
sua mulher, Rosinha.
A candidatura de Garotinho
já é dada como morta em seu
próprio partido. O PMDB ainda cogita dois outros nomes, o
do senador Pedro Simon e do
ex-presidente Itamar Franco.
Na pesquisa, Simon aparece
com 2%, atrás de Heloísa Helena (PSOL, 7% em todos os cenários), Enéas Carneiro (Prona, entre 3% e 4%) e próximo a
Roberto Freire (PPS, entre 2%
e 3%). O ex-presidente Itamar
Franco aparece ligeiramente
melhor, com 6%.
Qualquer que seja o nome do
PMDB, Lula tem chance de
vencer no primeiro turno. Com
Garotinho e Itamar, o presidente teria 51% dos votos válidos. Com Simon, 53%.
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