São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2001

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PAINEL


Lealdade à prova
O PFL e setores do PSDB pressionam FHC a romper agora com o PMDB. Dizem que as exigências da cúpula do partido para permanecer no governo são a cada dia maiores e que não há garantia de que Jader Barbalho e companhia conseguirão impedir a candidatura Itamar.

Apetite insaciável
"Segurar o PMDB no governo está ficando tão caro que será impossível evitar um escândalo", avalia um ministro tucano.

Jogo de risco
Resposta do Planalto à cúpula do PMDB, que vira e mexe ameaça deixar a base aliada para apoiar o governador Itamar Franco (MG): "Com ele, o partido corre o risco de ganhar a eleição e não levar. Toma um chega para lá no dia seguinte à posse".

Fim do túnel
Acusado sempre de não ter um projeto para o país, o PT decidiu em razão da crise energética repassar a pergunta ao Planalto: "O que FHC vai fazer até o fim do governo?", questionará a sigla em seus pronunciamentos.

Palanque exclusivo
O ministro da seca, Raul Jungmann, que é filiado ao PPS, está sendo pressionado pelo governo a mudar seu registro para o PSDB. Os tucanos não admitem ver um ministro de FHC dividindo o palanque com Ciro.

Pragmatismo socialista
Jungmann resiste a trocar o PPS pelo PSDB. Alega ter um "histórico" no antigo PCB. A cúpula do PPS também não quer a transferência. O ministro é o principal candidato do partido a deputado em Pernambuco.

Queda livre
Investigado por uma CPI, o governador do Espírito Santo, José Ignácio (PSDB), viu sua popularidade cair 19 pontos em dois meses, segundo pesquisa encomendada pela oposição. A avaliação positiva (ótimo, bom e regular) caiu de 74% em abril para 55% em junho.

Passado que condena
O relator do Orçamento de 2002 será escolhido pelo PSDB entre os deputados Alberto Goldman (SP) e João Almeida (BA). Favorito, Paulo Kobayashi (SP) desistiu do cargo após a revelação de que a Justiça decretou sua falência por não ter pago dívidas de campanha.

Excesso de confiança
Deputados do PT procuraram Lula no fim de semana para reclamar das declarações do petista menosprezando a candidatura governista. Lula ouviu que FHC não pode ser comparado a Sarney. "Tem mais capacidade para absorver crises. Deve levar alguém para o segundo turno."

Salto alto
Membros da cúpula do PT dizem que Lula não deve subestimar as outras candidaturas. "Ele está sendo muito imprudente. Ainda falta mais de um ano para a eleição presidencial."

Ganhar no grito
A esquerda do PT vai propor na reunião de hoje da Executiva do partido o rompimento do acordo com Duda Mendonça. Reclama do tom "light" dos comerciais do marqueteiro e do seu "passado malufista".

Mágoa paraguaia
Paraguaios ficaram ressentidos com FHC, que não participou dos eventos sociais programados para a cúpula do Mercosul. O presidente ordenou ao Itamaraty, sem explicar os motivos, restringir sua agenda em Assunção aos compromissos oficiais e ao jantar de abertura.

Diplomacia
A imprensa paraguaia não poupou críticas a FHC por não ter participado da entrevista coletiva dos presidentes e do almoço de encerramento. A ausência foi considerada um "desrespeito ao povo paraguaio".

TIROTEIO

Do ex-ministro Maílson da Nóbrega, sobre Mercadante (PT) ironizar as críticas que fez ao plano econômico petista, dizendo que, tendo feito a inflação chegar a 89% ao mês, ainda quer dar aula de estabilidade:
- Mercadante prefere o método stalinista de desmoralização do crítico ao debate. A inflação no meu tempo tem de ser vista nas circunstâncias em que fui ministro. Com ele na Fazenda, teria chegado a 800%.

CONTRAPONTO

Problema junino

O prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), visitou no último dia 13 o Bugiu, bairro da periferia da cidade, onde ocorria uma procissão. Lá, o prefeito enfrentou um verdadeiro "campeonato de pedidos impossíveis".
Logo ao chegar, Déda ouviu de um morador:
- Prefeito, por favor, elimine as formigas vermelhas do bairro. Ninguém aguenta mais tanta formiga!
Em seguida, Déda foi puxado por uma senhora, que estava cercada por meninos portando bombinhas e busca-pés.
- Prefeito, proíba esse pessoal de soltar bomba na festa de São João. Eu não aguento mais esses moleques jogando bombinhas. Estou ficando surda!
Rindo, Déda respondeu:
- Minha senhora, esse é o único pedido que eu não posso atender. Se proibir as bombas de São João em Aracaju, sofro impeachment no dia seguinte.



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