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CRIME ORGANIZADO
Senador Antero Paes de Barros nega que sua ligação com ex-governador prejudique trabalho de comissão
Aliado político de Dante deve presidir CPI
ANDRÉA MICHAEL
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), aliado político
do ex-governador Dante de Oliveira (PSDB-MT), será eleito hoje
presidente da CPI Mista do Congresso encarregada de apurar a
evasão de divisas do Brasil para
paraísos fiscais, entre 1996 e 2002.
Dante foi acusado de se beneficiar
em campanhas eleitorais de recursos públicos desviados do Departamento de Viação e Obras
Públicas de Mato Grosso.
A acusação contra o ex-governador partiu de Nilson Roberto
Teixeira, um dos principais executivos do "staff" financeiro do
grupo de Arcanjo Ribeiro, considerado chefe de uma das maiores
quadrilhas do país. Teixeira foi
preso no sábado passado.
Barros nega que sua ligação
com Dante prejudique o trabalho
da CPI. "Tudo que precisa ser
apurado, será. Se tiver alguma
coisa no meu Estado, que se apure. Se isso [de que acusam o ex-governador] for evasão fiscal,
conta CC-5 ou estiver dentro dos
objetos da CPI, será apurado",
disse. Mas afirmou: "Entre Dante
e um bandido, fico com Dante".
CPI deve, inicialmente, requisitar à Polícia Federal e ao Ministério Público em Brasília e no Paraná toda documentação da investigação das remessas supostamente
ilegais. O foco da apuração é um
esquema que envolve uma rede
de doleiros e laranjas que remeteram para paraísos fiscais, por
meio da agência do Banestado de
Nova York, US$ 30 bilhões entre
96 e 99.
Ontem foi cancelado o depoimento dos procuradores Luiz
Francisco de Souza, Raquel Branquinho e Valquíria Quixadá à Comissão de Segurança Pública e
Combate ao Crime Organizado
da Câmara. Os procuradores pediram o adiamento para concluir
as sugestões à CPI.
O PFL havia preparado uma série de perguntas duras, direcionadas principalmente a Luiz Francisco -a quem o presidente do
partido, Jorge Bornhausen, ameaça processar por tê-lo acusado de
se beneficiar do esquema.
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