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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO
Rebelião na base do PSDB marca convenção de Serra
Candidatos tucanos à Câmara e à Assembléia estão insatisfeitos com aliança com PFL
Vaga de vice na chapa do ex-prefeito está indefinida e possibilidade de acordo com o PMDB é outro motivo para descontentamento no PSDB
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O PSDB homologa hoje a
candidatura do ex-prefeito José Serra ao governo do Estado
tentando domar uma rebelião
na base do partido.
Os candidatos tucanos à Câmara dos Deputados e à Assembléia Legislativa foram pressionados pela cúpula do PSDB a
aceitar a coligação proporcional com o PFL, seu parceiro
histórico. Com isso, votos destinados ao PSDB vão beneficiar
também candidatos do PFL ao
Parlamento. Como os tucanos,
à frente do governo paulista
por quase 12 anos, têm mais representatividade no Estado, os
pefelistas esperam aumentar
suas bancadas, dificultando a
vida do parceiro eleitoral.
Os tucanos já temem que "estrelas" do partido fiquem sem
mandato a partir de 2007 por
conta da proporcional. Para a
Câmara, por exemplo, os cálculos mais otimistas estimam em
110 mil votos o piso necessário
para quem candidato se eleja.
Mas os termos da coligação
foram impostos pelo PFL para
aceitar a união sem ter o direito
de indicar o vice de Serra.
O temor da cúpula da campanha de Serra é que a insatisfação dos candidatos a deputado
esfrie as bases do partido, especialmente no interior, onde as
rivalidades regionais estão acima das coligações.
Em 2002, tucanos e pefelistas se uniram para eleger Geraldo Alckmin governador e
Cláudio Lembo (PFL) seu vice,
mas mantiveram as siglas separadas na disputa legislativa.
Os tucanos também estão
descontentes com Lembo
(PFL), sucessor de Alckmin no
Bandeirantes. Eles o acusam de
privilegiar pefelistas na liberação de emendas e verbas.
Outro problema a ser aparado por Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto, diz respeito a seu vice. Até o início da
tarde de ontem, ele ainda não
havia definido quem ocupará o
posto e tentava uma aliança
com Orestes Quércia (PMDB).
Nesse caso, o PFL indicaria o
candidato ao Senado da chapa e
o PMDB também entraria coligação proporcional, o que dificultaria ainda mais a eleição
dos tucanos para o Parlamento.
O argumento dos deputados
tucanos é que estão sendo sacrificados para eleger Serra.
Se a aliança com o PMDB não
sair, os tucanos vão lançar
"chapa pura" ao governo, e o
PFL indicará Guilherme Afif
Domingos para concorrer ao
Senado. Arnaldo Madeira, ex-secretário da Casa Civil do Estado, e Alberto Goldman, deputado federal, são os mais cotados do PSDB para formar a dobradinha com Serra.
Alckmin confirmou presença
hoje na convenção, que começa
às 9h, na Assembléia Legislativa de São Paulo. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
também é aguardado.
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