São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO

Rebelião na base do PSDB marca convenção de Serra

Candidatos tucanos à Câmara e à Assembléia estão insatisfeitos com aliança com PFL

Vaga de vice na chapa do ex-prefeito está indefinida e possibilidade de acordo com o PMDB é outro motivo para descontentamento no PSDB

CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG

DA REPORTAGEM LOCAL

O PSDB homologa hoje a candidatura do ex-prefeito José Serra ao governo do Estado tentando domar uma rebelião na base do partido.
Os candidatos tucanos à Câmara dos Deputados e à Assembléia Legislativa foram pressionados pela cúpula do PSDB a aceitar a coligação proporcional com o PFL, seu parceiro histórico. Com isso, votos destinados ao PSDB vão beneficiar também candidatos do PFL ao Parlamento. Como os tucanos, à frente do governo paulista por quase 12 anos, têm mais representatividade no Estado, os pefelistas esperam aumentar suas bancadas, dificultando a vida do parceiro eleitoral.
Os tucanos já temem que "estrelas" do partido fiquem sem mandato a partir de 2007 por conta da proporcional. Para a Câmara, por exemplo, os cálculos mais otimistas estimam em 110 mil votos o piso necessário para quem candidato se eleja.
Mas os termos da coligação foram impostos pelo PFL para aceitar a união sem ter o direito de indicar o vice de Serra.
O temor da cúpula da campanha de Serra é que a insatisfação dos candidatos a deputado esfrie as bases do partido, especialmente no interior, onde as rivalidades regionais estão acima das coligações.
Em 2002, tucanos e pefelistas se uniram para eleger Geraldo Alckmin governador e Cláudio Lembo (PFL) seu vice, mas mantiveram as siglas separadas na disputa legislativa.
Os tucanos também estão descontentes com Lembo (PFL), sucessor de Alckmin no Bandeirantes. Eles o acusam de privilegiar pefelistas na liberação de emendas e verbas.
Outro problema a ser aparado por Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto, diz respeito a seu vice. Até o início da tarde de ontem, ele ainda não havia definido quem ocupará o posto e tentava uma aliança com Orestes Quércia (PMDB). Nesse caso, o PFL indicaria o candidato ao Senado da chapa e o PMDB também entraria coligação proporcional, o que dificultaria ainda mais a eleição dos tucanos para o Parlamento.
O argumento dos deputados tucanos é que estão sendo sacrificados para eleger Serra.
Se a aliança com o PMDB não sair, os tucanos vão lançar "chapa pura" ao governo, e o PFL indicará Guilherme Afif Domingos para concorrer ao Senado. Arnaldo Madeira, ex-secretário da Casa Civil do Estado, e Alberto Goldman, deputado federal, são os mais cotados do PSDB para formar a dobradinha com Serra.
Alckmin confirmou presença hoje na convenção, que começa às 9h, na Assembléia Legislativa de São Paulo. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também é aguardado.


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