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Outro lado
Governo diz que valor é alto, mas compensa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante de um dado do estudo
que aponta a geração de três
empregos diretos para cada família assentada, o ministro
Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) afirma que a reforma agrária "custa caro", mas
que seus resultados compensam os investimentos.
"É uma obrigação do Estado
levantar o custo de um programa que custa caro ao país. Fizemos o estudo para a sociedade
avaliar se vale a pena ou não",
disse o ministro. "Tenho certeza de que vale a pena, pela ocupação do espaço, pela geração
de emprego e renda e pela comparação com outras atividades
econômicas", completou.
O orçamento do ministério
para 2007 é de R$ 4,1 bilhões.
Uma das conclusões do estudo da pasta é que cada família
assentada representa a geração
de 4,7 novos empregos, sendo
três deles diretos.
O trabalho indica ainda que
cada R$ 1 milhão investido pelo
governo na reforma agrária reverte-se em 136 empregos diretos, 31 indiretos e outros 46 induzidos (efeito-renda).
Esses resultados foram colhidos com base em dados do
próprio ministério e do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com atualização da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)
e metodologia do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A relação de 136 empregos
para cada R$ 1 milhão investido
coloca a atividade da reforma
agrária à frente de setores como transportes, comércio e calçados. O estudo da pasta dividiu os dados da agropecuária
entre "agropecuária familiar" e
"agropecuária patronal" e considerou os assentados como
agricultores familiares.
Fim do preconceito
Segundo o ministro, outro
objetivo do estudo foi buscar
informações reais para acabar
com o "preconceito" daqueles
que defendem a destinação somente de áreas mais baratas
aos sem-terra.
"Cada Estado e cada região
têm a sua própria característica", disse Cassel.
Caso o proprietário não conteste o processo de desapropriação na Justiça, o período
entre a primeira vistoria de
uma área e o pagamento dos
créditos de investimento aos
recém-assentados pode levar
até dois anos.
"Queremos encurtar esse
prazo, oferecendo, por exemplo, uma novo tipo de crédito
para a reforma agrária. O assentado deve, no início, produzir o equivalente à média da região. Em seguida, precisa gerar
excedentes."
(ES)
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