São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2007

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Outro lado

Governo diz que valor é alto, mas compensa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diante de um dado do estudo que aponta a geração de três empregos diretos para cada família assentada, o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) afirma que a reforma agrária "custa caro", mas que seus resultados compensam os investimentos.
"É uma obrigação do Estado levantar o custo de um programa que custa caro ao país. Fizemos o estudo para a sociedade avaliar se vale a pena ou não", disse o ministro. "Tenho certeza de que vale a pena, pela ocupação do espaço, pela geração de emprego e renda e pela comparação com outras atividades econômicas", completou.
O orçamento do ministério para 2007 é de R$ 4,1 bilhões.
Uma das conclusões do estudo da pasta é que cada família assentada representa a geração de 4,7 novos empregos, sendo três deles diretos.
O trabalho indica ainda que cada R$ 1 milhão investido pelo governo na reforma agrária reverte-se em 136 empregos diretos, 31 indiretos e outros 46 induzidos (efeito-renda).
Esses resultados foram colhidos com base em dados do próprio ministério e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com atualização da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e metodologia do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A relação de 136 empregos para cada R$ 1 milhão investido coloca a atividade da reforma agrária à frente de setores como transportes, comércio e calçados. O estudo da pasta dividiu os dados da agropecuária entre "agropecuária familiar" e "agropecuária patronal" e considerou os assentados como agricultores familiares.

Fim do preconceito
Segundo o ministro, outro objetivo do estudo foi buscar informações reais para acabar com o "preconceito" daqueles que defendem a destinação somente de áreas mais baratas aos sem-terra.
"Cada Estado e cada região têm a sua própria característica", disse Cassel.
Caso o proprietário não conteste o processo de desapropriação na Justiça, o período entre a primeira vistoria de uma área e o pagamento dos créditos de investimento aos recém-assentados pode levar até dois anos.
"Queremos encurtar esse prazo, oferecendo, por exemplo, uma novo tipo de crédito para a reforma agrária. O assentado deve, no início, produzir o equivalente à média da região. Em seguida, precisa gerar excedentes." (ES)


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