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PRIVATIZAÇÃO
Ministro reitera críticas à venda de ações da Ceterp, em governo petista, mas diz que não houve "dolo'
Para Barros, PT errou por "incompetência"
da Sucursal de Brasília
O ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) reiterou ontem, durante debate na
Comissão de Ciência e Tecnologia
da Câmara, críticas ao preço de
venda de parte das ações da Ceterp, de Ribeirão Preto.
"Apesar da besteira e da falta de
competência, não vejo dolo no ato
do prefeito Palocci. Ele foi enrolado, fez um mau negócio. Usando
uma expressão em francês, acho
que Palocci foi "na$f' (ingênuo)",
disse o ministro.
As discussões sobre o preço de
venda de parte das ações da Ceterp
e da Sercomtel dominaram o debate. As vendas foram feitas em 96
e 97, sob a administração do PT e
do PDT, respectivamente.
Anteontem, Mendonça de Barros acusou os prefeitos de terem
vendido as ações por preço "vil",
na comparação com o valor mínimo que o governo pedirá no leilão
da Telesp. Segundo o ministro, o
ex-prefeito Antônio Palocci vendeu 46,3% do capital da Ceterp a
um preço equivalente a R$ 784 por
linha instalada.
O prefeito de Londrina, Antonio
Belinatti, vendeu 45% das ações da
Sercomtel a um preço equivalente
a R$ 2.980 por linha instalada.
O preço da linha da Telesp (fixa e
celular) estipulado pelo governo é
R$ 4.769 e, segundo o ministro, o
mercado internacional usa um parâmetro de R$ 3.200 por linha.
Os deputados do PT argumentaram que é "impossível" comparar
as duas empresas municipais, com
mercado restrito, à Telesp, uma
empresa estadual e com mercado
em expansão.
Os deputados disseram também
que os prefeitos não venderam o
controle acionário das empresas,
como será feito com a Telesp.
Mendonça de Barros mudou o
parâmetro de comparação e citou
como exemplo a venda de 35% das
ações da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações)
feita pelo governo do Rio Grande
do Sul, no final do ano passado.
Segundo o ministro, o preço de
venda dessas ações da CRT correspondeu a R$ 4.367 por linha instalada. "O preço de venda de 35%
das ações da CRT também ficou
acima do parâmetro internacional. Ou seja, não dá para explicar
os R$ 784 por terminal em Ribeirão Preto de jeito nenhum", disse.
Suplicy
O senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) comparou o preço da linha da Ceterp com o preço de venda das ações da Telemig (tele de
Minas Gerais, integrante do Sistema Telebrás) em 97.
Segundo Suplicy, as ações da estatal foram vendidas naquele ano
a um valor que equivaleria a R$
504 por linha.
"O senador Suplicy não é uma
pessoa especializada nesses assuntos. Ele citou o preço das ações da
Telemig negociadas nas Bolsas de
Valores, isso não é parâmetro. Foi
simplesmente uma pequena confusão do senador em relação à cola
que ele trouxe de casa", afirmou
Mendonça de Barros.
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