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Grupo do PMDB articula expulsão de senador
LUIZA DAMÉ
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os partidos aliados e o próprio
PMDB estão fechando o cerco
contra o senador Jader Barbalho
(PMDB-PA), presidente licenciado do Senado. A pressão é para
que o senador renuncie à presidência da Casa.
Grupo do PMDB tenta articular
a expulsão de Jader do partido e
tucanos não acreditam mais na
volta do senador para o cargo. Jader anunciou a licença da presidência do Senado na última sexta-feira por 60 dias.
O deputado Luiz Bittencourt
(PMDB-GO), integrante do grupo
que faz oposição à cúpula partidária -chamado de MDB (Movimento Democrático de Base)-,
afirmou que vai pedir a expulsão
de Jader do partido. Segundo ele,
o pedido será apresentado na próxima reunião da Executiva do
PMDB, em agosto, logo após a
volta dos trabalhos no Congresso.
Bittencourt está mobilizando os
integrantes do MDB para assinar
o pedido. "O país não tolera, e nós
não podemos conviver com a corrupção e com a mentira. Ele [Jader" mentiu para o partido, para o
Senado e para o país", disse Bittencourt. Ele afirmou que o recurso de Jader ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar impedir a quebra de seu sigilo bancário
e fiscal demonstra que o senador
tem o que esconder.
Na próxima semana, o MDB deve se reunir para discutir uma posição conjunta sobre o caso Jader.
"Qualquer que seja a decisão
deverá ser coletiva. O senador
nunca contou com o nosso apoio,
mas o pedido de expulsão deverá
ser avaliado com os demais parlamentares", afirmou o deputado
Igor Avelino (PMDB-TO).
A deputada Rita Camata
(PMDB-ES) ponderou que o partido deverá dar direito de defesa a
Jader. Para ela, o pedido de expulsão agora é precipitado. "O senador deverá ter a oportunidade de
se explicar e de provar que está
certo", afirmou Rita.
O chamado MDB reúne em torno de 25 congressistas. O grupo
apoiou a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da corrupção, contrariando o pedido do
PMDB de não dar assinaturas ao
requerimento da oposição.
Nos bastidores da reunião da
Executiva Nacional do PSDB,
congressistas disseram que Jader
não voltará à presidência do Senado. Segundo eles, a abertura de
processo de apuração pelo Conselho de Ética é inevitável e Jader
não poderá continuar no cargo
sob investigação.
"Acho difícil a sua volta [à presidência", considerando que o Conselho de Ética deverá abrir investigação. Será uma situação constrangedora para ele e para o Senado", afirmou o senador Ricardo
Santos (PSDB-ES), presidente da
Comissão de Educação.
O presidente nacional do PSDB,
deputado José Aníbal (SP), não
quis discutir a eventual renúncia
de Jader, mas afirmou que as denúncias causam constrangimento
aos congressistas.
O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), foi um dos que
articularam o afastamento de Jader. Na noite de quinta-feira, véspera do pedido de licença, Jader se
reuniu com Machado e com o líder do PMDB no Senado, Renan
Calheiros (AL).
Colaborou SANDRA BRASIL, enviada especial a Brasília
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