São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2005

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CPI dos Correios ameaça realizar buscas e apreensões em bancos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Insatisfeitos com a demora no envio de documentos, integrantes da CPI dos Correios ameaçam fazer, nesta semana, buscas e apreensões de material relativo à movimentação financeira do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, no Banco Rural e no Banco do Brasil.
De acordo com o sub-relator da CPI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), os extratos enviados pelo Rural não coincidem com a lista de beneficiários do dinheiro que se encontra no STF (Supremo Tribunal Federal), apreendida no próprio banco, na cidade de Belo Horizonte (MG).
"Ou é um erro ou eles estão de má vontade", disse o sub-relator, que teria obtido essa informação com a Polícia Federal.
No STF, está a lista de parlamentares aos quais deveria ser entregue o dinheiro sacado das contas das empresas de Marcos Valério pela diretora financeira da agência de publicidade SMPB, Simone Vasconcelos. O material está no Supremo porque os deputados possuem foro privilegiado.
"O Banco do Brasil devolve todos os requerimentos dizendo que eles não são claros. As torcidas do Corinthians e a do Flamengo sabem o que queremos, só o Banco do Brasil não sabe", afirmou o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ).
Técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) cedidos à CPI dos Correios foram na última sexta-feira ao Banco Rural, em Belo Horizonte, tentar obter informações sobre quem depositou recursos nas contas de Valério e de suas empresas, já que esses dados não constavam nos documentos enviados a Brasília.
Além do caixa dois montado pelo PT através das empresas de Marcos Valério, integrantes da CPI foram surpreendidos com a deficiência do sistema financeiro nacional, que não teria mecanismos de controle eficientes.
"O volume de dinheiro sacado quase diariamente no Rural mostra como está falho o sistema de fiscalização do Banco Central e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). É quase dizer que faliu o sistema de fiscalização do sistema financeiro nacional", afirmou Fruet.
Segundo o sub-relator, não é comum uma agência bancária ter um volume tão elevado de dinheiro rotineiramente. Entre maio de 2003 e julho de 2005, foram sacados em dinheiro R$ 20,9 milhões das contas de Valério no Rural de Belo Horizonte.


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