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Irmão de Renan auxilia defesa do senador
Também sob ameaça, deputado Olavo Calheiros envia ao Conselho de Ética notas fiscais de compra e venda de gado
Documentos serão alvo de
análise da PF no processo em que o Conselho de Ética
investiga Renan; PSOL deve
representar contra Olavo
SILVIO NAVARRO
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ameaçado de enfrentar processo por quebra de decoro na
Câmara, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL) saiu em socorro do irmão Renan Calheiros (PMDB-AL) e enviou ao
Conselho de Ética do Senado
uma série de notas fiscais de
compra e venda de gado.
Os documentos chegaram
ontem ao Senado e aguardam
assinatura do primeiro-vice-presidente da Casa, Tião Viana
(PT-AC), para serem remetidos
ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal,
responsável pela perícia nos
papéis de Renan.
A previsão dos peritos da PF
é começar amanhã a análise de
todos os documentos. A partir
daí, o prazo para conclusão da
perícia é de 20 dias.
O objetivo é atestar a autenticidade dos papéis e verificar se
o senador tinha ou não fonte de
renda suficiente para lastrear
suas despesas.
Na véspera do recesso, que
termina na semana que vem, o
PSOL anunciou que entraria
com uma representação no
Conselho de Ética da Câmara
contra Olavo por suposta quebra de decoro. Segundo reportagem da revista "Veja", a empresa de bebidas Schincariol
comprou por R$ 27 milhões
uma fábrica de Olavo em Murici (AL), quando o negócio estaria prestes a fechar as portas. O
valor estaria acima do de mercado, segundo a revista.
Os dados enviados por Olavo
em defesa do irmão integram
um terceiro calhamaço de documentos que seguirá para a
PF, que também reúne GTAs
(Guia de Trânsito Animal)
oriundas da Adeal (Agência de
Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas).
Os outros dois malotes -já
em posse dos peritos- contêm
recibos, notas fiscais, extratos
bancários da conta de Renan no
Banco do Brasil e cópia de declarações de IR.
Procurado pela Folha, Olavo
confirmou a remessa de documentos, mas se recusou a comentar. "Não tenho nada a informar, nada a esclarecer. Procure o Conselho de Ética", afirmou o peemedebista.
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