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Relatório de farra aérea cita DEM, PTB e PP
Deputados Eugênio Rabelo (PP-CE), Márcio Junqueira (DEM-RR) e Paulo Roberto (PTB-RS) são suspeitos de vender bilhetes de cota
Ex-servidora envolve Rabelo, que rechaça participação; Roberto diz que não sabia de esquema em seu gabinete; Junqueira não é localizado
MARIA CLARA CABRAL
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os deputados Eugênio Rabelo (PP-CE), Márcio Junqueira
(DEM-RR) e Paulo Roberto
(PTB-RS) estão entre os parlamentares com indícios de participação no esquema de venda
de passagens aéreas de suas cotas e podem ser investigados
pela Corregedoria da Câmara.
Pelo menos mais um congressista está na mesma situação, mas a Folha não conseguiu identificá-lo até ontem.
Os nomes de Rabelo, Junqueira e Roberto constam do
relatório finalizado anteontem
pela comissão de sindicância
formada por três funcionários
da Câmara que investigou a
chamada "farra das passagens".
No total, 39 gabinetes se envolveram de alguma forma
com a venda ilegal da cota aérea, segundo a comissão.
Na maioria dos casos, ficou
constatado a participação apenas de funcionários. São 44
servidores ou ex-servidores
que responderão a processo
administrativo. Mas as denúncias também chegaram a alguns parlamentares -como
Junqueira, Rabelo e Roberto.
Segundo a Folha apurou, a
situação de Rabelo é a mais séria. Ele foi acusado por uma ex-funcionária, de nome Fabiana,
demitida após o escândalo. Ela
disse à comissão que agia sob
ordens do deputado. Ele nega:
"Se ela estiver me acusando,
a Justiça que vai resolver. Eu
tenho a minha índole. Estou
sendo crucificado, indo talvez
para o Conselho de Ética, por
um negócio que eu não cometi.
Ela que cuidava das passagens
e vai tentar se defender".
Em abril, a Folha revelou
que o deputado usou sua cota
aérea para dar 77 passagens a
jogadores, técnicos e dirigentes
do Ceará Sporting Club, além
de parentes e amigos de atletas
e radialistas que cobrem o time
de futebol. Mas ele só será investigado pela suspeita de venda de bilhetes para agências.
O relatório da comissão diz
que indícios contra Roberto
também surgiram graças ao depoimento de seus funcionários.
"Estou tranquilo. Não tinha conhecimento de que funcionário meu comercializava passagens. Na época, pedi para a polícia da Câmara investigar."
Já a participação de Junqueira é relatada com destaque no
documento, segundo uma pessoa que leu o texto. O deputado
não foi localizado pela Folha.
De posse do relatório, a corregedoria analisará todos os casos e decidirá contra quem
abrirá processo por quebra de
decoro parlamentar. A ação será mantida sob sigilo.
O escândalo teve início após
a revelação de que o deputado
Fábio Faria (PMN-RN) deu bilhetes da cota para sua então
namorada, Adriane Galisteu.
Mas a sindicância só foi instalada após a descoberta de que
bilhetes da cota de deputados
tinham sido vendidos a terceiros por agências de viagem.
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