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Banqueiro reúne FHC e Malan em SP
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
A mulher do ministro da Fazenda, Pedro Malan, Catarina, irá comemorar seu 50º aniversário com
um jantar amanhã, para cerca de
50 pessoas, na casa do banqueiro
Pedro Moreira Salles, presidente
do Unibanco. A presença, até ontem à noite confirmada, do presidente Fernando Henrique Cardoso é vista por vários convidados
como um incentivo à filiação de
Malan ao PSDB e à sua possível
candidatura à Presidência.
Apesar de Malan afirmar que o
jantar não tem qualquer conotação política, a reunião adquiriu
conotação de lançamento de sua
candidatura. Entre os vários empresários, cariocas e paulistas,
convidados estão Fernão Bracher
(BBA), Kati de Almeida Braga
(Icatu) e o economista Edmar Bacha, presidente da Anbid (Associação Nacional de Bancos de Investimento), além de autoridades
do governo, como Armínio Fraga,
presidente do Banco Central.
O jantar ocorre no momento
em que o governador do Ceará,
Tasso Jereissati, admite sua candidatura à Presidência e diz que o
nome tucano não sairá nem por
indicação de FHC nem por um
voluntarismo isolado, alheio ao
PSDB. Seu alvo é José Serra (Saúde), outro presidenciável tucano.
Malan não quis falar sobre o
jantar. Informou, por meio de sua
assessoria, que se tratava de evento estritamente pessoal e sem teor
político e reafirmou o que tem declarado: que não é candidato à
Presidência e que não irá se filiar a
nenhum partido. Seu projeto seria, após o governo, voltar a trabalhar como pesquisador do Ipea
(Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
O anfitrião, o banqueiro Pedro
Moreira Salles, também não se
pronunciou. Disse por assessores
que apenas emprestou a casa.
Em conversas com empresários, o nome de Malan é sempre
incluído por FHC como uma das
três opções à sucessão, conforme
a Folha apurou. Os outros dois
são justamente Tasso e Serra.
FHC tem insistido para que
Malan se filie ao PSDB, o que provoca resistência de vários setores
do partido. O argumento do presidente é que, caso não se filie até
outubro, Malan vai deixar ser um
interlocutor de peso a favor do
governo no debate sucessório.
Malan diz não querer que as decisões que venha a tomar como ministro sejam interpretadas como
de caráter eleitoral ou político.
Segundo a Folha apurou, o Palácio do Planalto tem encomendado pesquisas para ter um indicador sobre a viabilidade de cada
um dos candidatos. E, em todas
elas, o nome de Malan é incluído.
Nas pesquisas, Malan aparece
como o segundo nome mais conhecido entre os ministros de
FHC. O primeiro é o de Serra. Já o
índice de rejeição de Malan, segundo as pesquisas, é bem menor
do que o apresentado por Serra.
Embora Serra seja hoje o nome
tucano que tem mais chances para 2002, Malan é o defensor incondicional do governo, cuja política econômica dirige desde o
início. Qualquer outro nome
apresentaria algum grau de divergência com a era FHC.
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