São Paulo, sábado, 25 de agosto de 2001

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Banqueiro reúne FHC e Malan em SP

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

A mulher do ministro da Fazenda, Pedro Malan, Catarina, irá comemorar seu 50º aniversário com um jantar amanhã, para cerca de 50 pessoas, na casa do banqueiro Pedro Moreira Salles, presidente do Unibanco. A presença, até ontem à noite confirmada, do presidente Fernando Henrique Cardoso é vista por vários convidados como um incentivo à filiação de Malan ao PSDB e à sua possível candidatura à Presidência.
Apesar de Malan afirmar que o jantar não tem qualquer conotação política, a reunião adquiriu conotação de lançamento de sua candidatura. Entre os vários empresários, cariocas e paulistas, convidados estão Fernão Bracher (BBA), Kati de Almeida Braga (Icatu) e o economista Edmar Bacha, presidente da Anbid (Associação Nacional de Bancos de Investimento), além de autoridades do governo, como Armínio Fraga, presidente do Banco Central.
O jantar ocorre no momento em que o governador do Ceará, Tasso Jereissati, admite sua candidatura à Presidência e diz que o nome tucano não sairá nem por indicação de FHC nem por um voluntarismo isolado, alheio ao PSDB. Seu alvo é José Serra (Saúde), outro presidenciável tucano.
Malan não quis falar sobre o jantar. Informou, por meio de sua assessoria, que se tratava de evento estritamente pessoal e sem teor político e reafirmou o que tem declarado: que não é candidato à Presidência e que não irá se filiar a nenhum partido. Seu projeto seria, após o governo, voltar a trabalhar como pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
O anfitrião, o banqueiro Pedro Moreira Salles, também não se pronunciou. Disse por assessores que apenas emprestou a casa.
Em conversas com empresários, o nome de Malan é sempre incluído por FHC como uma das três opções à sucessão, conforme a Folha apurou. Os outros dois são justamente Tasso e Serra.
FHC tem insistido para que Malan se filie ao PSDB, o que provoca resistência de vários setores do partido. O argumento do presidente é que, caso não se filie até outubro, Malan vai deixar ser um interlocutor de peso a favor do governo no debate sucessório. Malan diz não querer que as decisões que venha a tomar como ministro sejam interpretadas como de caráter eleitoral ou político.
Segundo a Folha apurou, o Palácio do Planalto tem encomendado pesquisas para ter um indicador sobre a viabilidade de cada um dos candidatos. E, em todas elas, o nome de Malan é incluído.
Nas pesquisas, Malan aparece como o segundo nome mais conhecido entre os ministros de FHC. O primeiro é o de Serra. Já o índice de rejeição de Malan, segundo as pesquisas, é bem menor do que o apresentado por Serra.
Embora Serra seja hoje o nome tucano que tem mais chances para 2002, Malan é o defensor incondicional do governo, cuja política econômica dirige desde o início. Qualquer outro nome apresentaria algum grau de divergência com a era FHC.



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