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SUCESSÃO NO ESCURO
Serra ouve gritos de "presidente" em Recife em ato de filiação de Roberto Magalhães ao PSDB
Candidato não é escolha pessoal de FHC, afirma Tasso
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O governador do Ceará, Tasso
Jereissati (PSDB), afirmou ontem
em Recife que a definição do candidato tucano à Presidência não
deve ser feita "a partir de uma escolha pessoal, do coração, do momento ou da vontade de uma pessoa, do presidente Fernando Henrique Cardoso".
A declaração confirma a disposição de Tasso em lutar para se
viabilizar como candidato do
PSDB na sucessão de FHC. Visa
criar um espaço alternativo aos
dos ministros José Serra (Saúde),
Pedro Malan (Fazenda) e Paulo
Renato (Educação), que vêm sendo estimulados por FHC para se
lançarem como candidatos à Presidência da República.
Para o governador do Ceará, o
processo de sucessão deve ser debatido a partir de uma discussão
"muito mais ampla, dentro do
partido, com outros partidos,
dentro da sociedade e em torno
de um projeto comum".
"Não sei se prévias ou primárias
seriam factíveis, mas, com certeza, é preciso inverter a discussão
da maneira como foi colocada,
que é o Fernando Henrique que
vai escolher [o candidato". Isso
com certeza não é", disse.
O governador confirmou sua
disposição em se candidatar à
Presidência, se houver consenso
em torno de seu nome. Afirmou
também que, no momento em
que coloca suas idéias, está colocando seu nome em discussão.
Serra
Já José Serra, que também estava ontem em Recife participando
com Tasso e outros líderes do partido da solenidade de filiação ao
PSDB do ex-prefeito da capital
pernambucana Roberto Magalhães, se recusou a falar sobre política.
Mas, em seu discurso, o ministro enalteceu seu próprio trabalho
no governo e, para uma platéia lotada de lideranças regionais do
partido, defendeu a realização de
obras permanentes contra a seca
no Nordeste.
Sentado do lado oposto ao governador cearense na mesa das
autoridades, Serra disse ainda que
não terá dificuldade em defender
o governo federal que, segundo
ele, "fez muito mais do que deixou de fazer".
Aplaudido, por quatro vezes o
ministro ouviu gritos de "futuro
presidente" vindos da galeria do
plenário da Assembléia Legislativa, onde aconteceu a solenidade.
Tasso, que estava sentado ao lado de Jarbas Vasconcelos
(PMDB), governador de Pernambuco e eventual candidato a vice
em uma chapa encabeçada por
Serra, olhou para a platéia mas
não reagiu às manifestações.
Prévias
No centro da mesa, o presidente
nacional do PSDB, deputado federal José Aníbal (SP), voltou a
atacar o PT, com críticas ao governo do Rio Grande do Sul e à Prefeitura de São Paulo. "Não temos
lição de moral e ética para receber
de ninguém", declarou.
Os mesmos ataques foram feitos antes da solenidade, quando
Aníbal citou Tasso e Serra como
os dois pré-candidatos "com mais
visibilidade e mais referência no
PSDB ". Segundo ele, os dois têm
"a vivência política e de mundo"
que considera faltar à oposição.
Sobre Malan, o presidente do
PSDB reafirmou que o ministro
da Fazenda não quer se candidatar. "Mesmo que ele se filie ao partido isso não implicará em sua
candidatura automática", disse.
"Seria mais um nome [a eventualmente postular o cargo"".
Para Aníbal, o candidato do
PSDB deve encabeçar a chapa governista.
Quanto à possível ausência do
PMDB na coligação, Aníbal diz
que não seria surpreendente: "Seria inédita [essa participação", já
que o partido não integrou a
aliança em 1994 e 1998 ", disse.
O líder tucano afirmou também
que a escolha do candidato de seu
partido não será feita por meio de
prévias, o que, em tese, favoreceria Serra, em virtude de ter hoje
atuação e visibilidade nacionais.
Se a definição do nome ficasse nas
mãos dos cardeais do partido, a
disputa com Tasso poderia ganhar ares de igualdade.
(FÁBIO GUIBU)
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