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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ CONEXÃO RIBEIRÃO
Outras 12 ligações foram para assessor especial do ministro; ministério disse que vai checar veracidade de relatório de telefônica
Buratti ligou 6 vezes para Palocci em 2003
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Um levantamento encaminhado pela operadora Intelig à CPI
dos Bingos revela que o advogado
Rogério Tadeu Buratti telefonou
pelo menos seis vezes (28 minutos) para a casa do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) em
2003 -quatro ligações foram
realizadas no dia 24 de janeiro e
duas no dia 6 de julho.
Outras 12 ligações foram efetuadas para o celular de Ademirson
Ariovaldo da Silva, que é assessor
especial do ministro. No total, os
telefonemas para a casa de Palocci
e para o celular de seu assessor especial somam quase 45 minutos.
Além de Palocci e de seu assessor, Buratti também telefonou pelo menos 14 vezes para o chefe-de-gabinete do ministro, Juscelino
Antonio Dourado, que foi convocado anteontem para prestar depoimento à CPI dos Bingos.
Todas as ligações, de acordo
com a Intelig, foram efetuadas
por meio do celular do próprio
advogado -os telefonemas para
Dourado aconteceram entre 10 de
janeiro e 2 de agosto de 2003.
Buratti, ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto (SP) entre
1993 e 1994, quando Palocci foi
prefeito da cidade pela primeira
vez, depõe hoje à CPI dos Bingos.
No último domingo, em entrevista -e anteriormente em nota
distribuída à imprensa-, o ministro Palocci admitiu que pode
ter conversado por telefone "uma
vez ou outra" com Buratti, mas
ressaltou que não se lembrava do
conteúdo das ligações.
Na nota oficial, o ministro alegou que recebeu "dois ou três telefonemas" de Buratti para sua residência, mas as ligações foram
"provavelmente tentativas de
contato que não prosperaram".
Antes do relatório de ontem, os
integrantes da CPI tinham conhecimento de apenas três ligações de
Buratti para Palocci -duas ligações na madrugada em 7 de fevereiro de 2004 e uma ligação duas
semanas depois, em 21 de fevereiro. Juntas, as três ligações somam
pouco mais de cinco minutos.
A assessoria de imprensa da Fazenda informou ontem à noite
que ainda não havia checado a veracidade dos telefonemas de Buratti para a casa de Palocci.
Na semana passada, em depoimento ao Ministério Público Estadual, o advogado acusou o ministro de receber, entre 2001 e
2002, uma "mesada" de R$ 50 mil
da empreiteira Leão Leão que
presta serviços à Prefeitura de Ribeirão Preto. O dinheiro seria repassado ao PT. O ministro negou
todas as acusações .
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