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Garotinho viaja para convencer PMDB
DA SUCURSAL DO RIO
Na tentativa de dobrar a resistência da cúpula do PMDB a sua
candidatura à Presidência da República, o ex-governador do Rio
de Janeiro Anthony Garotinho,
45, decidiu recorrer à militância
nos Estados e municípios em que
o partido é forte. A intenção é fazer com que as bases pressionem
os dirigentes para que ele seja o
candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os bons resultados nas últimas
pesquisas do Datafolha e do Ibope
levaram Garotinho a intensificar
sua campanha pela indicação. Na
semana passada, ele esteve no Rio
Grande do Sul, no Paraná e em
São Paulo, Estados em que as bases peemedebistas exercem influência sobre os dirigentes.
Os governadores do Rio Grande
do Sul, Germano Rigotto, e do Paraná, Roberto Requião, são do
PMDB e também querem ser indicados à Presidência.
Ontem Garotinho esteve em
Brasília, onde conversou com lideranças partidárias. Na semana
que vem ele vai a Santos (SP) participar de reuniões políticas. O
prefeito de Santos é o peemedebista João Paulo Papa.
Garotinho batizou sua investida
como uma "incursão interna ao
PMDB", conforme disse ontem à
Folha, por telefone. Essa será "a
primeira etapa" para convencer o
partido de que é o único peemedebista em condições de, em segundo turno, vencer o candidato
do PT ou do PSDB.
A divulgação da última pesquisa do Ibope, na terça-feira, animou Garotinho, que aparece com
17% das intenções de voto, batendo o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), com
11%. Lula lidera esse cenário, com
32% das intenções de voto.
Nos três cenários do Ibope publicado em junho nos quais Lula
não é candidato Garotinho aparece como líder. Quando o adversário é Alckmin, ele aparece com
26% das intenções, contra 20% do
governador paulista.
Garotinho disse não ter se surpreendido com o resultado da
pesquisa. "Já era esperado esse
desgaste do governo porque as
denúncias foram muito fortes e
sucessivamente sendo comprovadas. A tendência é até o fim do
ano o presidente continuar caindo nas intenções de voto."
Garotinho acha que Alckmin
subirá nas pesquisas quando se
expuser mais em programas de
TV e em viagens pelos Estados.
"Eu disputei uma eleição nacional [em 2002, pelo PSB, quando
obteve a terceira colocação]. Sou
conhecido em todo o país. O governador Alckmin é conhecido
somente em São Paulo."
Garotinho reafirmou que não
deixará o PMDB mesmo que não
seja o indicado pelo partido.
"Reconheço que tenho grandes
dificuldades no PMDB. Estou tentando aparar arestas, visitando
Estados em que o partido tem
quadros e bases fortes."
Já inscrito na prévia do PMDB,
Garotinho iniciará o que chama
de "segunda etapa" de seu planejamento. Ele disse que percorrerá
todos os Estados "pedindo votos
aos filiados".
(SERGIO TORRES)
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