São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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Garotinho viaja para convencer PMDB

DA SUCURSAL DO RIO

Na tentativa de dobrar a resistência da cúpula do PMDB a sua candidatura à Presidência da República, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, 45, decidiu recorrer à militância nos Estados e municípios em que o partido é forte. A intenção é fazer com que as bases pressionem os dirigentes para que ele seja o candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os bons resultados nas últimas pesquisas do Datafolha e do Ibope levaram Garotinho a intensificar sua campanha pela indicação. Na semana passada, ele esteve no Rio Grande do Sul, no Paraná e em São Paulo, Estados em que as bases peemedebistas exercem influência sobre os dirigentes.
Os governadores do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e do Paraná, Roberto Requião, são do PMDB e também querem ser indicados à Presidência.
Ontem Garotinho esteve em Brasília, onde conversou com lideranças partidárias. Na semana que vem ele vai a Santos (SP) participar de reuniões políticas. O prefeito de Santos é o peemedebista João Paulo Papa.
Garotinho batizou sua investida como uma "incursão interna ao PMDB", conforme disse ontem à Folha, por telefone. Essa será "a primeira etapa" para convencer o partido de que é o único peemedebista em condições de, em segundo turno, vencer o candidato do PT ou do PSDB.
A divulgação da última pesquisa do Ibope, na terça-feira, animou Garotinho, que aparece com 17% das intenções de voto, batendo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com 11%. Lula lidera esse cenário, com 32% das intenções de voto.
Nos três cenários do Ibope publicado em junho nos quais Lula não é candidato Garotinho aparece como líder. Quando o adversário é Alckmin, ele aparece com 26% das intenções, contra 20% do governador paulista.
Garotinho disse não ter se surpreendido com o resultado da pesquisa. "Já era esperado esse desgaste do governo porque as denúncias foram muito fortes e sucessivamente sendo comprovadas. A tendência é até o fim do ano o presidente continuar caindo nas intenções de voto."
Garotinho acha que Alckmin subirá nas pesquisas quando se expuser mais em programas de TV e em viagens pelos Estados.
"Eu disputei uma eleição nacional [em 2002, pelo PSB, quando obteve a terceira colocação]. Sou conhecido em todo o país. O governador Alckmin é conhecido somente em São Paulo."
Garotinho reafirmou que não deixará o PMDB mesmo que não seja o indicado pelo partido.
"Reconheço que tenho grandes dificuldades no PMDB. Estou tentando aparar arestas, visitando Estados em que o partido tem quadros e bases fortes."
Já inscrito na prévia do PMDB, Garotinho iniciará o que chama de "segunda etapa" de seu planejamento. Ele disse que percorrerá todos os Estados "pedindo votos aos filiados". (SERGIO TORRES)


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