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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Governo foi motor do mensalão, diz Alckmin
Em evento com empresários organizado por Oded Grajew, tucano diz que esquema é fruto de "visão autoritária" do Executivo
Candidato diz que não irá mudar tom "propositivo" de seu programa de televisão: "Prioridade não é ataque, prioridade é falar do Brasil"
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou ontem, em palestra a empresários no Instituto Ethos de Responsabilidade Social, que a corrupção contaminou todos os Poderes no Brasil e que o mensalão é fruto do que ele chamou de "visão autoritária" do governo Lula.
Ao lado do tucano estava o empresário Oded Grajew, que em 2002 teve papel de destaque na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é o presidente do instituto.
"O mensalão é uma visão autoritária. É a submissão de um poder ao outro", disse o tucano. Em seguida, ele completou: "É fácil bater em deputado, e eu acho que tem que bater mesmo, precisa renovar. Mas eles são correia de transmissão. O corruptor é o Executivo".
Segundo o tucano, a "corrupção no Brasil contaminou os Poderes" e decorre, entre outras razões, da falta de punição aos que a praticam. Alckmin, no entanto, não apresentou seu pacote anticorrupção, conforme estava previsto. Ele disse que houve problemas jurídicos na finalização das propostas.
Ao final do evento, realizado pela manhã em um buffet da zona oeste de São Paulo, Grajew afirmou que repetirá o voto em Lula, mas não irá se engajar na campanha deste ano. Questionado pelos repórteres sobre o mensalão, o empresário afirmou acreditar que Lula não tinha conhecimento da prática ilegal. "O presidente sempre delegou poderes", disse ele.
Segundo o empresário, Lula também foi convidado para fazer palestra e depois participar de uma sabatina com os empresários do instituto, mas não aceitou o convite.
Campanha
O tucano voltou a afirmar que não pretende atacar diretamente o presidente Lula na TV. "O tom é sempre propositivo, falar do futuro. O contraditório será feito nos temas, educação, saúde, mostrar o que não foi feito [pelo atual governo]. Não é prioridade ataque, prioridade é falar do Brasil."
Ele também minimizou as críticas de aliados de que o rumo da campanha está errado. Segundo o candidato, a crise deve-se à "falta de notícias" dos meios de comunicação.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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