|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DIPLOMACIA
Ex-secretário afirma que atuação do DEA não tem resultado prático
Maierovitch critica ação dos EUA
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Wálter Maierovitch, ex-secretário nacional antidrogas, defende
que o Ministério Público passe a
controlar a atuação do DEA
(Drug Enforcement Administration, a agência norte-americana
antidrogas) no Brasil.
"Não vi nenhum resultado prático da atuação do DEA no Brasil
nos últimos 25 anos. Vieram para
cá na época da ditadura, em apoio
ao governo ditatorial. São agentes
internacionais que estão aqui a título de cooperação internacional,
mas ninguém os controla", diz.
Maierovitch conta que, quando
estava no governo, questionou o
DEA sobre suas atividades. Obteve como resposta que a agência só
deve informações à Polícia Federal. Ele ainda teria questionado o
Ministério da Justiça sobre o
DEA, sem obter resposta.
O ex-secretário afirma ter encontrado agentes do DEA em Tabatinga (DF), sem estarem acompanhados de policiais federais.
O ministro da Justiça, José Gregori, diz que o DEA não tem autonomia no Brasil e que suas ações
são pautadas por "acordos" e "entendimentos entre os governos".
Questionado sobre se os acordos são todos públicos, o ministro
disse: "Acho que não tem nada
que você, como jornalista, não
possa saber".
O administrador do DEA, Donnie Marshall, diz que a agência
"opera no Brasil, de forma constante e contínua, sempre coordenando suas atividades com a Polícia Federal".
Curso do FBI
O promotor Roberto Porto, do
Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), disse que o FBI (Federal
Bureau of Investigation, a polícia
federal norte-americana) deu um
curso em São Paulo para 20 promotores, procuradores da República e auditores da Fazenda sobre
combate à corrupção.
Os principais temas abordados
pelo curso foram técnicas de infiltração de agentes, de cruzamentos de dados bancários e fiscais e
de interceptação telefônica.
Thomas J. Pickard, vice-diretor
do FBI, disse que está disposto a
ceder tecnologia para o Brasil.
Texto Anterior: O massacre de Eldorado do Carajás Próximo Texto: Ex-ministro vê atraso na reforma agrária
Índice
|