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Pellegrino vai mudar marketing
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A uma semana das eleições, o
PT da Bahia resolveu mudar sua
estratégia de marketing para forçar a realização do segundo turno
na eleição em Salvador.
O candidato do partido, o deputado federal Nelson Pellegrino, 39,
promete intensificar os ataques
ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), o principal cabo eleitoral de Antonio Imbassahy, candidato à reeleição.
"O senador Antonio Carlos Magalhães não tem propostas políticas. Ele é um homem de mídia,
que fala e não cumpre a sua palavra", disse o candidato, na última
sexta-feira à tarde, após gravar
sua participação em um programa eleitoral.
Casado e com uma filha de 12
anos, Nelson Vicente Portela Pellegrino resolveu alterar a grafia
do seu nome para fugir das comparações com o ex-presidente
Fernando Collor de Mello.
Com 22% das intenções de voto
na última pesquisa Datafolha
(25% dos votos válidos), ele perdeu o mesmo pleito para o mesmo Imbassahy na eleição de 1996.
Naquele ano, o pefelista 51,4%
dos votos (405.661) contra 29,8%
dados a Pellegrino (234.958). Não
chegou a haver segundo turno.
Em 1998, porém, Pellegrino
conseguiu ser eleito deputado federal com 109.628 votos.
Bem-humorado, o candidato
disse que o PT vai unir as oposições num eventual segundo turno, em 29 de outubro. A seguir,
leia trechos de sua entrevista.
(LUIZ FRANCISCO)
Agência Folha - O senhor tem criticado muito o prefeito Imbassahy
pelo desemprego registrado em
Salvador. Por que o senhor votou
contra a instalação de uma fábrica
da Ford na região metropolitana
de Salvador?
Nelson Pellegrino - Eu e a bancada do PT não votamos contra a
instalação da Ford. O que fizemos
foi apresentar emendas para garantir que a montadora fixasse
metas em relação às exportações e
à geração de empregos no Estado.
A bancada governista não aceitou
as nossas emendas.
Agência Folha - Recentemente,
ACM usou no programa do PFL imagens de um debate com dirigentes
do PT. O senhor acha que o PT errou
ao convidar o senador para falar
sobre a pobreza no Brasil?
Pellegrino - Eu jamais convidaria ACM para um debate sobre a
pobreza. O senador Antonio Carlos não tem nenhuma proposta
para resolver o problema da pobreza. Ele é um homem de mídia,
que não cumpre a sua palavra.
Ele está há 30 anos no poder e é
responsável pelo nosso Estado ser
o 20º em condições sociais, o 25º
em concentração de renda e o terceiro mais pobre do país.
Agência Folha - Como o senhor
analisa a administração do prefeito Antonio Imbassahy?
Pellegrino - Eu acho que ele não
atacou os principais problemas de
Salvador, que são o desemprego,
a saúde, a educação, o saneamento e a violência.
Pelo contrário, ele contribuiu
para agravar a situação, ao demitir e não pagar a indenização para
4.741 servidores da prefeitura.
Imbassahy é um representante
legítimo das elites brasileiras. Ele
passou quatro anos governando
para os ricos e agora, às vésperas
da eleição, está fazendo alguma
coisa na periferia para enganar os
eleitores.
Agência Folha - O que o senhor
pretende fazer como prefeito?
Pellegrino - O oposto do prefeito
Imbassahy. O meu projeto político é realizar uma administração
honesta, transparente e com cidadania. Também quero implantar
o orçamento participativo e acabar com um traço marcante da
administração pública da Bahia,
que é o autoritarismo.
Agência Folha - A união das oposições não seria o caminho mais
curto para derrotar a hegemonia
do carlismo na Bahia?
Pellegrino - Alguns eleitores dos
outros candidatos oposicionistas
certamente não votariam em
mim no primeiro turno. No segundo turno, com certeza.
RAIO X
Nome: Nelson Vicente Portela Pellegrino (PT)
Idade: 39 anos
Naturalidade: Salvador
Estado Civil: Casado, uma filha: Bianca
Formação: Advogado
Carreira: deputado estadual
(91-99), deputado federal (99)
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