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SOMBRA NO TUCANATO
Contraparente de Serra é suspeito de irregularidade com banco
Juíza pede relatório sobre Preciado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A juíza Lília Botelho Neiva,
substituta da 4ª Vara Federal de
Brasília, considerou haver "graves
indícios de irregularidades" nas
reduções de dívidas obtidas no
Banco do Brasil pelo empresário
Gregorio Marin Preciado, contraparente do presidenciável José
Serra (PSDB-PMDB).
Entretanto, em despacho divulgado ontem, a juíza optou por pedir mais informações ao Banco do
Brasil e ao Banco Central sobre as
operações, antes de decidir se determina ou não a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 18 pessoas
físicas e jurídicas supostamente
envolvidas na operação.
A juíza também isentou Serra
das eventuais irregularidades a
serem apuradas.
Segundo ela, o processo está baseado em notícias de jornal, "não
havendo restado caracterizado o
liame entre tais fatos e qualquer
ato do senhor José Serra, tão citado na petição inaugural". Apesar
de não ter acusação contra ele,
Serra é citado pelo menos 40 vezes
na ação.
O procurador da República Luiz
Francisco de Souza, um dos autores da ação, comemorou a decisão
da juíza. "Ela foi equilibrada e
cautelosa", disse.
Reportagem da Folha publicada em maio mostrou que duas
empresas de Preciado, a Gremafer
e a Aceto, foram beneficiadas no
Banco do Brasil por uma redução
de dívida de R$ 73,7 milhões. A
decisão, tomada pela diretoria colegiada do banco, contou com o
voto favorável de Ricardo Sérgio
de Oliveira, ex-diretor do Banco
do Brasil e ex-tesoureiro de campanha de Serra.
À época, Gregorio Marin Preciado enviou uma carta ao jornal
na qual negou ter sido beneficiado em redução de dívida. Segundo ele, a dívida aumentou devido
às "draconianas regras do sistema
bancário".
Ricardo Sérgio diz que todas as
decisões tomadas no período em
que esteve no Banco do Brasil tiveram "caráter corporativo, ou
seja, colegiado".
A juíza Lília Botelho Neiva criticou a "forma confusa e dissociada" com que o procurador relacionou empréstimos obtidos pelas empresas de Gregorio Marin
Preciado no Banco do Brasil e no
Banespa e recursos levantados na
Previ para a formação de um consórcio destinado a leilões de privatização de estatais estaduais de
energia elétrica.
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