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Covas adia internação e diz que é
para votar em Marta, que chora
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Mário Covas, anunciou ontem que
adiou sua internação, marcada
para sábado, para a noite de domingo. A cirurgia para a retirada
de um tumor será até quarta.
O anúncio foi feito para 250 pessoas que participavam de um ato
pela ética na política. Ao lado da
candidata Marta Suplicy (PT),
Covas atribuiu o adiamento ao
desejo de votar na petista.
"O que está em jogo é saber se
somos capazes de impedir que alguém desqualificado seja prefeito", afirmou Covas. "Até mesmo a
minha entrada no hospital eu
adiei. Só vou entrar domingo à
noite para poder votar. Tenho o
domingo inteiro livre não apenas
para lhe oferecer o meu voto, que
é uma contribuição pequena, mas
para estar na rua falando aos amigos", disse, dirigindo-se a Marta.
A petista abraçou-se a Covas,
dando-lhe um beijo. Em seguida,
chorou. "O senador (Roberto)
Requião (PMDB-PR), que é grandão e diz que é durão, chorou. Eu
que não sou grandona, mas sou
durona, chorei. O governador deu
um exemplo de coragem e ética."
Em entrevista, Covas afirmou
que não decidiu sozinho o adiamento. "O médico preferiu fazer
na segunda, que é um dia normal
do hospital", disse, referindo-se a
exames que ocorreriam sábado.
"Quando fiz a primeira (cirurgia), Deus não teve nem a oportunidade de me levar. Tanta gente
pediu, que ele ficou sem alternativa. Não pensem que eu não estou
com medo. Estou. Mas é preciso
ter fé e acreditar. E eu acredito que
vá ficar bom", disse Covas, que se
licenciará "se for preciso".
O que deveria ser um ato pela
ética tornou-se uma manifestação
de repúdio ao pepebista Paulo
Maluf. Covas referiu-se a Maluf
como "amoral", afirmando que o
pepebista quer "atribuir aos outros seus defeitos para generalizá-los e torná-los normais".
Fez questão, porém, de enaltecer Marta. "São Paulo precisa da
Marta não apenas porque o outro
tem defeitos. A Marta é a candidata de todos nós. Sua vitória será a
vitória de cada um de nós."
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