São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2000

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FORTALEZA
Candidato do PC do B ao segundo turno admite que demorou para pedir que ex-mulher de Ciro Gomes, candidata derrotada do PPS no primeiro turno da eleição, o apoiasse
Patrícia Gomes não define apoio a Inácio

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Inácio Arruda (PC do B) reconheceu ontem que demorou para pedir apoio à candidata derrotada Patrícia Gomes (PPS) para o segundo turno das eleições em Fortaleza.
Ontem, os dois conversaram no apartamento de Patrícia por quase duas horas sobre um possível apoio público do PPS e da própria deputada à candidatura da esquerda para derrotar o atual prefeito, Juraci Magalhães (PMDB).
"Esperamos uma semana para pedir apoio, e ela foi viajar, foi para o exterior. Deveríamos ter sido um pouco mais ágeis", disse Inácio. O presidenciável Ciro Gomes, ex-marido de Patrícia, não participou da conversa.
Nacionalmente, como disse o próprio Inácio, o PPS está muito próximo das candidaturas de esquerda em todo o país, e não seria diferente em Fortaleza. O presidente petista José Dirceu chegou a conversar com Ciro sobre um possível apoio a Inácio. O presidenciável sempre mostrou preferir o candidato do PC do B ao atual prefeito.
Na reunião, Patrícia preferiu não assumir nenhum compromisso de apoio. Ela decidiu conversar primeiro com integrantes de seu partido para depois definir se irá ou não participar de programas eleitorais de Inácio.
Ela mesma reclamou de não ter sido procurada antes para definir sua posição no segundo turno. "Só posso declarar apoio se vierem falar comigo. Só agora pediram para conversar", disse.
Patrícia passou duas semanas nos Estados Unidos logo depois do primeiro turno e voltou à Assembléia Legislativa do Ceará, onde cumpre mandato de deputada estadual, apenas ontem.
Se depender apenas da decisão dos integrantes do partido, o PPS deverá apoiar abertamente Inácio. Um dos que já mostraram ser favoráveis a Inácio é o irmão de Ciro, Cid Gomes, prefeito de Sobral pelo PPS.
A decisão, porém, se torna difícil porque, no primeiro turno, Patrícia e Inácio trocaram ofensas pessoais. Até hoje, quando fala do assunto, a deputada demonstra ficar muito abalada. Em debates, Inácio a chamou de "submissa ao governo do Estado". Patrícia, por sua vez, o acusou de ser "mau caráter".
Juraci não terá o apoio de Patrícia e do PPS, mas conseguiu o apoio dos eleitores da candidata. Segundo pesquisa do Datafolha, a maioria dos eleitores da deputada migraram para Juraci. Patrícia teve 17% dos votos no primeiro turno.


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