São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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Empresa de Alencar foi maior doadora da campanha petista

WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Coteminas, empresa do senador e candidato a vice-presidente José Alencar (PL-MG), deu R$ 2 milhões à campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Até o dia 10 deste mês, era a maior doação individual obtida pelo comitê financeiro do PT.
O valor da doação da Coteminas, uma das maiores empresas do setor têxtil no país, é o quádruplo do oferecido pela segunda colocada no ranking de colaborações -um conglomerado que doou cerca de R$ 500 mil, somando todas as empresas desse grupo.
Pelo menos 400 empresas contribuíram para a campanha de Lula neste ano, contra apenas 19 na eleição de 1998. A contabilidade do comitê petista está equilibrada, segundo relato de arrecadadores do partido.
O crescimento no número de doações levou a campanha petista a aumentar o limite de despesas para R$ 48 milhões, R$ 12 milhões acima do teto inicialmente previsto. A elevação foi pedida ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na semana passada.
Lula havia declarado que gastaria no máximo R$ 36 milhões, no momento em que pediu o registro da candidatura, em 5 de julho, mas esse valor passou a ser considerado insuficiente.
Mesmo com o novo teto, o petista mantém uma expectativa de custo inferior à declarada no início da campanha pelo seu adversário, o tucano José Serra, de R$ 60 milhões.
O dinheiro da Coteminas foi transferido para o caixa da campanha petista em duas parcelas iguais, de R$ 1 milhão -a primeira em 20 de agosto e a outra em 11 de setembro.
Apesar de significativa para a arrecadação do PT, a doação da Coteminas foi muito inferior ao limite legal. Pelas regras do TSE, as empresas podem doar até 2% do faturamento bruto registrado no ano anterior à eleição.
Em 2001, a Coteminas faturou R$ 865 milhões. Portanto, a empresa poderia ter contribuído com até R$ 17,3 milhões.
"Doamos o que era possível", disse José Alencar à Folha. O senador participou da reunião do conselho da Coteminas que aprovou a doação, mas não votou "por estar envolvido na eleição". Segundo o filho do senador e vice-presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, a contribuição "foi moderada".
A empresa do vice de Lula também fez doações para os candidatos ao governo de quatro Estados, onde a Coteminas mantém linhas de produção: Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. "Sempre participamos das campanhas nos Estados, como empresa que faz parte da comunidade. Doamos pouca coisa, indistintamente para todos os candidatos", afirmou Josué Gomes da Silva.
Na campanha de 1998, a maior doação obtida por Lula veio do comitê financeiro de Marta Suplicy. Foram R$ 530 mil. A segunda maior contribuição saiu do caixa do próprio PT, R$ 326 mil.



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