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ABI condena atitude do tribunal
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Fernando Segismundo, condenou
ontem a decisão do desembargador Jirair Meguerian de proibir o
jornal "Correio Braziliense" de
publicar gravações de conversas
entre o governador Joaquim Roriz (PMDB) e os irmãos Pedro e
Márcio Passos.
"O governador está fazendo uso
de uma censura prévia, o que é
um absurdo. Mas o que mais lamento é saber que essas fitas foram gravadas com autorização judicial e a própria Justiça permitiu
que um funcionário dela censurasse o jornal. É algo inconcebível", disse Segismundo.
Segundo o presidente da ABI,
há uma "similitude" na decisão de
Meguerian com as que foram tomadas em "outros tempos de
nossa história", referindo-se ao
período de censura prévia que vigorou durante parte do regime
militar (1964-1985).
"Se o governador Roriz está ferido, ele pode recorrer à Justiça
para conseguir um direito de resposta imediato ou mover uma
ação de danos morais contra o
jornal. Agora, pleitear da Justiça
um censor é um caso de extrema
gravidade, é lamentável", disse.
Segismundo afirmou ter ficado
surpreendido também com a decisão do desembargador do TRE-DF, que, segundo ele, "foi um
equívoco". "A Justiça é una, tem
uma moral e uma ética comum.
Ora, quem deu essa solução de
mandar alguém censurar o jornal
deveria saber antes que a própria
Justiça autorizou a escuta. Então,
há um conflito dentro da própria
Justiça em detrimento à sociedade."
(MURILO FIUZA DE MELO)
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