São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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ABI condena atitude do tribunal

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Fernando Segismundo, condenou ontem a decisão do desembargador Jirair Meguerian de proibir o jornal "Correio Braziliense" de publicar gravações de conversas entre o governador Joaquim Roriz (PMDB) e os irmãos Pedro e Márcio Passos.
"O governador está fazendo uso de uma censura prévia, o que é um absurdo. Mas o que mais lamento é saber que essas fitas foram gravadas com autorização judicial e a própria Justiça permitiu que um funcionário dela censurasse o jornal. É algo inconcebível", disse Segismundo.
Segundo o presidente da ABI, há uma "similitude" na decisão de Meguerian com as que foram tomadas em "outros tempos de nossa história", referindo-se ao período de censura prévia que vigorou durante parte do regime militar (1964-1985).
"Se o governador Roriz está ferido, ele pode recorrer à Justiça para conseguir um direito de resposta imediato ou mover uma ação de danos morais contra o jornal. Agora, pleitear da Justiça um censor é um caso de extrema gravidade, é lamentável", disse.
Segismundo afirmou ter ficado surpreendido também com a decisão do desembargador do TRE-DF, que, segundo ele, "foi um equívoco". "A Justiça é una, tem uma moral e uma ética comum. Ora, quem deu essa solução de mandar alguém censurar o jornal deveria saber antes que a própria Justiça autorizou a escuta. Então, há um conflito dentro da própria Justiça em detrimento à sociedade." (MURILO FIUZA DE MELO)


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