São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Campanhas avaliam que debates estão "saturados"

Petistas vêem desgaste do formato; tucanos apostam em caráter "cumulativo"

PSDB avalia que Alckmin teve bom desempenho nos confrontos, mas sensação de empate ajuda o petista, que já lidera as pesquisas


MALU DELGADO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da surpresa do primeiro debate de presidenciáveis na TV Bandeirantes, em que o confronto explícito entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) preocupou petistas e a deu fôlego aos tucanos, as duas equipes chegaram ao terceiro round da disputa anteontem - na Record, antecedido pelo SBT - convencidas de que a fórmula já cansou os telespectadores e, dificilmente, o embate final, na TV Globo, será decisivo.
Esse ar de previsibilidade, apontam os coordenadores da campanha de Lula, o favorece, pois indica que a exploração do caso dossiê nos debates não tem provocado alterações.
No PSDB, a avaliação é que Alckmin teve um bom desempenho até agora, mas a sensação "de empate" entre os dois candidatos acaba favorecendo o petista, que é líder na disputa.
O quadro é bastante distinto dos pleitos de 1989 e de 2002. Na eleição passada, por exemplo, José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (então no PSB) iniciaram a participação em debates empatados tecnicamente na segunda posição.
Nesta eleição, os petistas consideram que Lula consolidou os votos depois de participar dos três debates. Pela padronização das regras, dificilmente haverá grandes surpresas na Globo, avaliam. O fantasma de 1989, quando Fernando Collor de Mello deu a cartada final em Lula na Globo, está domado, na visão do partido.
"Banalizou muito o debate. Está meio sem efeito", disse o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).
Convidado pelo PT para assistir ao último debate, o deputado Delfim Netto (PMDB-SP) foi ainda mais sincero: "Não há nenhuma análise profunda nesses debates. Na minha opinião, não acrescentam nada".
Para os aliados de Lula, Alckmin adota uma estratégia e a repete à exaustão, sendo previsível. Nesse sentido, argumentam, o presidente é mais criativo e fica mais à vontade.
Já os tucanos, apesar de não apostarem num "milagre" na Rede Globo, afirmam que Alckmin acumulou pontos ao insistir no debate da ética e ainda poderá tomar votos do petista.


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