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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Campanhas avaliam que debates estão "saturados"
Petistas vêem desgaste do formato; tucanos apostam em caráter "cumulativo"
PSDB avalia que Alckmin teve bom desempenho nos confrontos, mas sensação de empate ajuda o petista, que já lidera as pesquisas
MALU DELGADO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois da surpresa do primeiro debate de presidenciáveis na TV Bandeirantes, em
que o confronto explícito entre
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
Geraldo Alckmin (PSDB) preocupou petistas e a deu fôlego
aos tucanos, as duas equipes
chegaram ao terceiro round da
disputa anteontem - na Record, antecedido pelo SBT -
convencidas de que a fórmula
já cansou os telespectadores e,
dificilmente, o embate final, na
TV Globo, será decisivo.
Esse ar de previsibilidade,
apontam os coordenadores da
campanha de Lula, o favorece,
pois indica que a exploração do
caso dossiê nos debates não
tem provocado alterações.
No PSDB, a avaliação é que
Alckmin teve um bom desempenho até agora, mas a sensação "de empate" entre os dois
candidatos acaba favorecendo
o petista, que é líder na disputa.
O quadro é bastante distinto
dos pleitos de 1989 e de 2002.
Na eleição passada, por exemplo, José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (então no
PSB) iniciaram a participação
em debates empatados tecnicamente na segunda posição.
Nesta eleição, os petistas
consideram que Lula consolidou os votos depois de participar dos três debates. Pela padronização das regras, dificilmente haverá grandes surpresas na Globo, avaliam. O fantasma de 1989, quando Fernando
Collor de Mello deu a cartada
final em Lula na Globo, está domado, na visão do partido.
"Banalizou muito o debate.
Está meio sem efeito", disse o
ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).
Convidado pelo PT para assistir ao último debate, o deputado Delfim Netto (PMDB-SP)
foi ainda mais sincero: "Não há
nenhuma análise profunda
nesses debates. Na minha opinião, não acrescentam nada".
Para os aliados de Lula, Alckmin adota uma estratégia e a
repete à exaustão, sendo previsível. Nesse sentido, argumentam, o presidente é mais criativo e fica mais à vontade.
Já os tucanos, apesar de não
apostarem num "milagre" na
Rede Globo, afirmam que Alckmin acumulou pontos ao insistir no debate da ética e ainda
poderá tomar votos do petista.
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