São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

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ALIADOS

Petistas temem que maior rival no RJ, o ex-governador Garotinho, leve vantagem

Cargos levam PT e PSB a "3º turno"

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

A ocupação de cargos federais no Rio de Janeiro se transformou em uma espécie de terceiro turno eleitoral entre o PT e outros grupos políticos no Estado, especialmente o PSB, ao mesmo tempo aliado nacional do PT e adversário dos petistas fluminenses.
Os petistas temem que, na distribuição de postos, percam poder para o ex-governador Anthony Garotinho (PSB), derrotado na eleição presidencial e provável candidato em 2006.
Em reunião anteontem, o Diretório Estadual do PT distribuiu uma lista de cargos federais no Estado. Aprovou também uma resolução estabelecendo critérios para a indicação de nomes para os postos e alertando que o PSB é o principal adversário regional.
"Não podemos levantar muito a bola deles, porque senão fica difícil fortalecer o partido no Rio", disse Orlando Guilhon, do Diretório e da Executiva do PT.
Segundo ele, a lista foi entregue para que os militantes obtenham informações sobre como e por quem esses lugares estão sendo ocupados. Seriam 6.000 cargos federais no Estado.
O secretário Estadual de Educação, William Campos, membro do diretório estadual do PT, disse que a ocupação dos cargos deve levar em conta a governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também o fato de que Garotinho é adversário no Rio e candidato em 2006. "A nossa preocupação é que o Garotinho não leve vantagem, nem ele nem seus aliados", afirmou.
O mais novo ponto de atrito entre o PT e o PSB do Rio são as declarações de Garotinho dizendo que mandaria "desinfetar o Palácio Guanabara" (sede do governo) para a posse de sua mulher, Rosinha Matheus (PSB), que sucederá Benedita da Silva, petista e negra. O PT vai interpelar Garotinho judicialmente e, caso ele não se retrate, quer processá-lo.
O presidente do PSB no Rio, Alexandre Cardoso, disse que não haverá retratação nem de Garotinho nem do partido. "Retratar-se por quê?", perguntou, dizendo que Garotinho apenas comentou que, se o PT tinha dito que jogaria sal grosso no Palácio, ele mandaria desinfetar. Para ele, o PT está usando o caso como desculpa.
Segundo ele, o PSB não pediu cargos e aguardará a palavra de Lula. O grupo de Garotinho almeja postos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e na Petrobras. Garotinho não foi localizado.


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