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Justiça poderá bloquear contas pela internet
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de maio do ano que
vem, os juízes poderão determinar, on-line, o bloqueio, desbloqueio e transferência de recursos
para contas judiciais.
De acordo com um comunicado do Banco Central, os tribunais
cadastrados terão acesso, por
meio da internet, ao sistema Bacen Jud 2.0.
A decisão foi tomada, segundo
o comunicado, "tendo em vista a
demanda do Poder Judiciário relativa a informações sobre pessoas físicas e jurídicas".
Pela medida, serão enviadas pela internet ordens judiciais para
bloqueio e transferência de recursos não só das contas correntes
mas de aplicações financeiras.
Também cadastradas no sistema,
as instituições financeiras terão
até as 23h59m do dia seguinte à
emissão da ordem para dar sua
resposta.
Ainda de acordo com o comunicado do Banco Central, o sistema começará a ser testado em fevereiro do ano que vem, para que
possa entrar em vigor em maio.
Essa será a primeira etapa, restrita
ao bloqueio e à transferência de
recursos das contas.
Mais tarde, será possível acesso
a outras informações dos contribuintes. Hoje, já existe um convênio com o TST (Tribunal Superior
do Trabalho) e com o STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A idéia é ampliar esse universo.
De acordo com a procuradora-geral-adjunta da Fazenda Nacional, Telma Bertão Correia Leal, a
intenção é, por exemplo, agilizar
processos de execução fiscal: localizada a conta, basta pedir on-line
o bloqueio de seus bens.
Para o jurista Ives Gandra da
Silva Martins, a medida afronta o
direito de defesa previsto na
Constituição brasileira, já que um
juiz de primeira instância pode
determinar, pela internet, o bloqueio do dinheiro na conta do
contribuinte.
"Isso serve para afastar investimentos no país. Mostra que não
há nenhuma segurança para investidores", diz ele.
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