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HERANÇA MILITAR
Justiça estende decisão sobre os arquivos
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A Justiça Federal em Guaratinguetá (176 km de São Paulo) decidiu estender à Marinha, à Aeronáutica, à Polícia Federal e à Abin
(Agência Brasileira de Inteligência) a determinação para a abertura dos arquivos da ditadura militar (1964-1985).
Proferida pelo juiz federal Paulo
Alberto Jorge, a determinação
atende a pedido do Ministério Público Federal de aditamento (mudança no pedido inicial) à liminar
concedida pelo próprio magistrado há duas semanas, que obrigava
o governo federal a abrir todos os
arquivos secretos da ditadura
mantidos pelo Exército.
A ação é movida pelo procurador João Gilberto Gonçalves Filho, de Taubaté (130 km de São
Paulo). O governo, que até ontem
não havia sido notificado oficialmente da decisão, pode recorrer.
Com a nova determinação, os
comandantes da Marinha e da
Aeronáutica, além dos diretores
da PF e da Abin, serão intimados
a apresentar, dentro de 15 dias
após a notificação, todos os documentos secretos da ditadura
mantidos pelos órgãos.
Para justificar o aditamento,
Gonçalves Filho afirma ter recebido "informações no sentido de
que os documentos sigilosos da
época da ditadura não estão concentrados apenas no Exército".
Documentos dos DOI-Codi estão
em poder da PF. Na Abin estão arquivos do antigo SNI (Serviço Nacional de Informações).
Ontem, o procurador disse que
já esperava pela decisão. Segundo
ele, declarações de membros do
PT, que se disseram favoráveis à
abertura dos arquivos sigilosos,
mostram que há esperança de que
o governo federal acate a decisão e
entregue os documentos à Justiça.
"O governo federal vai ficar numa
situação difícil se recorrer da liminar. Acho que o governo deve pôr
a mão na consciência e analisar
melhor a situação antes de tomar
a decisão", disse.
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