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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Ponto pacífico
É quase unânime dentro do PT o apoio ao lançamento de um candidato do partido à presidência da Câmara, não obstante a preferência de Lula pela manutenção de Aldo Rebelo (PC do B-SP) nessa cadeira estratégica. As diversas correntes internas chegaram muito perto de decidir votar uma resolução pró-candidatura própria no encontro do Diretório Nacional, que acontece hoje e amanhã em São Paulo. Recuaram por concluir que seria um gesto demasiadamente aberto de desafio a Lula Äque, até ontem, anunciava a disposição de comparecer à reunião. Mas a decisão de lançar um nome na disputa permanece intacta. Tornou-se um fator de unificação em meio à crise petista.
Manual. A bancada do PT
na Assembléia paulista tentará hoje um encontro com Lula, caso o presidente compareça mesmo à reunião do Diretório Nacional. Quer pedir
orientações sobre como fazer
oposição ao governo Serra.
Nome em vão. Da página
na internet do deputado federal eleito pelo PT de Minas
preso anteontem pela Polícia
Federal por suspeita de crime
financeiro: "Juvenil Alves
busca no exemplo de Cristo a
inspiração para seguir em
frente em sua jornada".
Genético 1. O único momento saia justa do almoço
dos governadores aliados a
Lula, anteontem em Brasília,
foi provocado por Cid Gomes
(PSB), do Ceará. Ele se queixou da disposição dos colegas
à mesa. Marcelo Déda (PT-SE), Wellington Dias (PT-PI)
e Jaques Wagner (PT-BA)
ocupavam a cabeceira.
Genético 2. "Da próxima
vez, providenciem uma mesa
quadrada. Em encontro de
governadores não pode ter cabeceira", bronqueou o irmão
mais novo de Ciro Gomes.
Ressaca. O senador José
Jorge (PFL-PE), vice na chapa presidencial de Geraldo
Alckmin, retornou esta semana a Brasília depois de alguns
dias de descanso pós-eleitoral. Contou que, no auge da
campanha, chegava a ter pesadelos com o colega Heráclito Fortes (PFL-PI) jogando
dominó nos vôos entre uma
cidade e outra.
Trilho curto. Cálculos da
equipe de transição tucana
projetam um novo reajuste do
bilhete do metrô paulistano
dentro de 18 meses, às portas
da campanha de 2008. Se o
valor definido por Cláudio
Lembo (PFL) fosse R$ 2,40,
em vez de R$ 2,30, o aumento,
dizem os técnicos, ocorreria
apenas depois da eleição.
Analgésico. O médico José
Manoel de Camargo Teixeira
foi novamente escolhido para
comandar o Hospital das Clínicas de São Paulo. Se por um
lado ele terá de resolver a crise financeira do Incor, de outro irá inaugurar em dezembro o novo Instituto Doutor
Arnaldo, que agregará 726 leitos ao complexo hospitalar.
Caminho livre. A foto de
Orestes Quércia ao lado de
Lula era tudo o que a oposição
a ele na disputa pelo Diretório
Estadual queria para se reunir
com José Serra (PSDB). O ex-governador acusa os adversários de serem contra a "independência" do PMDB.
Estresse. O que mais se vê
na Câmara é deputado às voltas com problemas na prestação de contas de campanha,
cujo prazo final é terça-feira.
Os TREs aumentaram o rigor
no quesito recibos.
Pacotão. A Câmara deve incluir na pauta da semana que
vem medidas de interesse do
Judiciário, entre elas as de
reajustes de salário. A presidente do STF, Ellen Gracie,
estará presente em reunião de
líderes com Aldo Rebelo (PC
do B) para detalhar propostas.
Abecedário. O PSC, que já
conversou com o PV e com o
PTB, agora discute a possibilidade de integrar o PR, que,
por sua vez, vem a ser a fusão
do PL com o Prona.
Tiroteio
"O CNJ recriou as férias forenses e quer furar o
teto salarial pagando jetons a seus membros.
Corre o risco de se tornar um órgão de
"descontrole externo" do Judiciário".
De MARCELO SEMER, presidente do Conselho Executivo da Associação
Juízes para a Democracia, sobre o Conselho Nacional de Justiça.
CONTRAPONTO
Figurante
Durante evento da recente campanha para o governo de
São Paulo, o candidato do PMDB, Orestes Quércia, enumerava feitos de sua gestão à frente do Estado, entre 1987
e 1991, e reclamava de suposta herança maldita deixada
pelo antecessor, Franco Montoro.
Um dos presentes pediu a palavra:
-Mas o senhor não era o vice do Montoro?
Como se ouvisse uma novidade, Quércia respondeu:
-É, tem razão, tem razão...
Só quando já estava de saída, o candidato emendou:
-Mas eu não mandava nada, nadinha!
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