São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Ponto pacífico

É quase unânime dentro do PT o apoio ao lançamento de um candidato do partido à presidência da Câmara, não obstante a preferência de Lula pela manutenção de Aldo Rebelo (PC do B-SP) nessa cadeira estratégica. As diversas correntes internas chegaram muito perto de decidir votar uma resolução pró-candidatura própria no encontro do Diretório Nacional, que acontece hoje e amanhã em São Paulo. Recuaram por concluir que seria um gesto demasiadamente aberto de desafio a Lula Äque, até ontem, anunciava a disposição de comparecer à reunião. Mas a decisão de lançar um nome na disputa permanece intacta. Tornou-se um fator de unificação em meio à crise petista.

Manual. A bancada do PT na Assembléia paulista tentará hoje um encontro com Lula, caso o presidente compareça mesmo à reunião do Diretório Nacional. Quer pedir orientações sobre como fazer oposição ao governo Serra.

Nome em vão. Da página na internet do deputado federal eleito pelo PT de Minas preso anteontem pela Polícia Federal por suspeita de crime financeiro: "Juvenil Alves busca no exemplo de Cristo a inspiração para seguir em frente em sua jornada".

Genético 1. O único momento saia justa do almoço dos governadores aliados a Lula, anteontem em Brasília, foi provocado por Cid Gomes (PSB), do Ceará. Ele se queixou da disposição dos colegas à mesa. Marcelo Déda (PT-SE), Wellington Dias (PT-PI) e Jaques Wagner (PT-BA) ocupavam a cabeceira.

Genético 2. "Da próxima vez, providenciem uma mesa quadrada. Em encontro de governadores não pode ter cabeceira", bronqueou o irmão mais novo de Ciro Gomes.

Ressaca. O senador José Jorge (PFL-PE), vice na chapa presidencial de Geraldo Alckmin, retornou esta semana a Brasília depois de alguns dias de descanso pós-eleitoral. Contou que, no auge da campanha, chegava a ter pesadelos com o colega Heráclito Fortes (PFL-PI) jogando dominó nos vôos entre uma cidade e outra.

Trilho curto. Cálculos da equipe de transição tucana projetam um novo reajuste do bilhete do metrô paulistano dentro de 18 meses, às portas da campanha de 2008. Se o valor definido por Cláudio Lembo (PFL) fosse R$ 2,40, em vez de R$ 2,30, o aumento, dizem os técnicos, ocorreria apenas depois da eleição.

Analgésico. O médico José Manoel de Camargo Teixeira foi novamente escolhido para comandar o Hospital das Clínicas de São Paulo. Se por um lado ele terá de resolver a crise financeira do Incor, de outro irá inaugurar em dezembro o novo Instituto Doutor Arnaldo, que agregará 726 leitos ao complexo hospitalar.

Caminho livre. A foto de Orestes Quércia ao lado de Lula era tudo o que a oposição a ele na disputa pelo Diretório Estadual queria para se reunir com José Serra (PSDB). O ex-governador acusa os adversários de serem contra a "independência" do PMDB.

Estresse. O que mais se vê na Câmara é deputado às voltas com problemas na prestação de contas de campanha, cujo prazo final é terça-feira. Os TREs aumentaram o rigor no quesito recibos.

Pacotão. A Câmara deve incluir na pauta da semana que vem medidas de interesse do Judiciário, entre elas as de reajustes de salário. A presidente do STF, Ellen Gracie, estará presente em reunião de líderes com Aldo Rebelo (PC do B) para detalhar propostas.

Abecedário. O PSC, que já conversou com o PV e com o PTB, agora discute a possibilidade de integrar o PR, que, por sua vez, vem a ser a fusão do PL com o Prona.

Tiroteio

"O CNJ recriou as férias forenses e quer furar o teto salarial pagando jetons a seus membros. Corre o risco de se tornar um órgão de "descontrole externo" do Judiciário".
De MARCELO SEMER, presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia, sobre o Conselho Nacional de Justiça.

CONTRAPONTO

Figurante

Durante evento da recente campanha para o governo de São Paulo, o candidato do PMDB, Orestes Quércia, enumerava feitos de sua gestão à frente do Estado, entre 1987 e 1991, e reclamava de suposta herança maldita deixada pelo antecessor, Franco Montoro.
Um dos presentes pediu a palavra:
-Mas o senhor não era o vice do Montoro?
Como se ouvisse uma novidade, Quércia respondeu:
-É, tem razão, tem razão...
Só quando já estava de saída, o candidato emendou:
-Mas eu não mandava nada, nadinha!


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