FELIPE NEVES
DA FOLHA ONLINE

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou ontem que, apesar do "ressentimento" pela "derrota tão acachapante" nas eleições, a oposição deveria aceitar as tentativas de aproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo ele, não está mais em jogo a disputa entre oposição e governo, e sim o programa para que o Brasil cresça 5% no ano que vem.
"Isso interessa para todo mundo, inclusive para os prováveis candidatos da oposição [em 2010], porque eles vão poder navegar em um país com mais sustentabilidade, mais crescimento, portanto, com com mais capacidade de debate político."
Segundo Tarso, Lula pretende priorizar os partidos em seu segundo governo.
Em troca, explicou, o aliado assumiria a responsabilidade de manter unificada a sua base parlamentar em projetos considerados essenciais ao Planalto, mas afirmou que "nenhum partido será dono do governo".
O ministro, que afirmou não existir intenção de diminuir o espaço do PT no segundo mandato, disse que ainda não sabe se segue no governo. "Não estou preocupado com isso".

Elogios a FHC
O ministro também confirmou a intenção de Lula de buscar um diálogo com os ex-presidentes e chegou a elogiar Fernando Henrique Cardoso, dizendo que a sua eleição marcou a consolidação da democracia no país.
"A partir da eleição do Fernando Henrique a qualidade da vida republicana no Brasil mudou", afirmou.
Ainda segundo Tarso, aceitar conversar não minimiza o papel da oposição nem seu dever de "fiscalização".
Ontem à noite, entretanto, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), sinalizou que, apesar dos "acenos", o diálogo com Lula será difícil. Segundo ele, os governadores do PSDB têm o dever de conversar com o presidente, mas não a obrigação.
Ele afirmou que um possível diálogo com Lula ocorreria de forma institucional, a partir de uma "pauta", e não confirmou se aceitaria um convite para o ir ao Planalto.


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