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Entrevista quase inviabilizou candidatura
da Redação
No dia 5 de abril de 1978, o general João Baptista Figueiredo, então apontado por Ernesto Geisel
como candidato oficial à sua sucessão na Presidência da República, concedeu uma polêmica entrevista à Folha.
Sem rodeios, Figueiredo disse
que os países chamados de democratas não eram tão democratas
como se pensa; o povo não estava
preparado para votar; os empresários não queriam privatizar as
empresas estatais, mas queriam
recebê-las em doação; e não existia opinião pública.
"O eleitor brasileiro ainda não
tem o nível do eleitor americano,
do eleitor francês. O Getúlio (Vargas) não fez uma ditadura sanguinária e não acabou sendo eleito?",
disse o general ao defender a eleição indireta para a Presidência da
República.
Na entrevista exclusiva aos jornalistas Getulio Bittencourt e Haroldo Cerqueira Lima, Figueiredo
deu sua opinião sobre democracia. Ele afirmava que "democracia
plena não existe".
Também disse que não havia
opinião pública. "A opinião pública não existe. Vocês (os jornalistas) é que a formam. Se vocês
quiserem, vocês mudam a opinião pública", afirmou.
Com a repercussão da entrevista à Folha, Figueiredo pensou em
desistir de concorrer à Presidência da República e foi orientado
pelo hoje senador Antonio Carlos
Magalhães a negar o teor da entrevista. O general não fez uma
coisa nem outra.
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