São Paulo, Sábado, 25 de Dezembro de 1999


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Entrevista quase inviabilizou candidatura


da Redação

No dia 5 de abril de 1978, o general João Baptista Figueiredo, então apontado por Ernesto Geisel como candidato oficial à sua sucessão na Presidência da República, concedeu uma polêmica entrevista à Folha.
Sem rodeios, Figueiredo disse que os países chamados de democratas não eram tão democratas como se pensa; o povo não estava preparado para votar; os empresários não queriam privatizar as empresas estatais, mas queriam recebê-las em doação; e não existia opinião pública.
"O eleitor brasileiro ainda não tem o nível do eleitor americano, do eleitor francês. O Getúlio (Vargas) não fez uma ditadura sanguinária e não acabou sendo eleito?", disse o general ao defender a eleição indireta para a Presidência da República.
Na entrevista exclusiva aos jornalistas Getulio Bittencourt e Haroldo Cerqueira Lima, Figueiredo deu sua opinião sobre democracia. Ele afirmava que "democracia plena não existe".
Também disse que não havia opinião pública. "A opinião pública não existe. Vocês (os jornalistas) é que a formam. Se vocês quiserem, vocês mudam a opinião pública", afirmou.
Com a repercussão da entrevista à Folha, Figueiredo pensou em desistir de concorrer à Presidência da República e foi orientado pelo hoje senador Antonio Carlos Magalhães a negar o teor da entrevista. O general não fez uma coisa nem outra.


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