DO ENVIADO ESPECIAL A BURITIS

O presidente Fernando Henrique Cardoso despediu-se da sociedade ontem em pronunciamento de Natal e afirmou que governou com "satisfação" durante os oito últimos anos. A partir de agora, FHC pretende "torcer" pelo país sem entrar na esfera da política partidária.
"Quem foi, como eu fui, oito anos presidente da República tem, agora, que cuidar da manutenção de certos valores para o Brasil. O valor mais importante é a democracia, é a liberdade, é a busca de mais igualdade", disse.
A frase esconde uma vontade de participar mais ativamente, com papel definido por lei, na nova ordem política brasileira. Defensor do cargo de senador vitalício para ex-presidentes da República, FHC reclamou da ausência de uma função específica para ele após a transmissão da faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva.
"É preciso criar condições para que o ex-presidente tenha um papel, como nos países de democracia mais madura. Se a pessoa puder dar uma colaboração, dá."
FHC afastou a chance de concorrer ao Planalto em 2006. "É bom ser ex-presidente", afirmou.

Previdência
A reforma da Previdência, que FHC lamenta não ter realizado, estaria mais próxima agora, após a nomeação de Ricardo Berzoini (PT-SP) para ministro da área. Ele disse que pretende auxiliar o próximo governo na questão.
"Como foi o PT que mais atrapalhou, agora se eles disserem que querem fazer, quem sabe consigam. Eu ajudarei." FHC viajou para Buritis (MG), onde passa o Natal na fazenda Córrego da Ponte, de seus filhos. (IURI DANTAS)


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