São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

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Partidos armam blocos contra PT e PMDB

Articuladas em frentes partidárias, legendas buscam mais poder para disputar espaço na Câmara e controle de comissões

De acordo com o regimento da Casa, siglas com o maior número de parlamentares são privilegiadas na escolha de cargos na Mesa Diretora


SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na disputa por espaço privilegiado na Mesa Diretora da Câmara e pelo controle de comissões importantes, os partidos intensificaram articulações para a formação de blocos que visam minar o poder de PT e PMDB, as duas maiores bancadas, na futura legislatura.
Ao menos quatro siglas -PSDB, PPS, PSB e PC do B-, admitem que negociam a composição de blocos. O PMN também afirma que deve se incorporar ao PSB/PC do B.
O recém-criado PR (PL mais Prona) anunciou que se unirá ao PSC para ampliar sua atuação parlamentar. Nos bastidores, a cúpula da legenda tem trabalhado para tentar conquistar outros partidos, entre eles os nanicos PTC e PHS.
A movimentação para montar frentes partidárias também tem a finalidade de tentar "embaralhar" o cenário de disputa pela presidência da Câmara. De um lado, PSDB e PPS estão com Gustavo Fruet (PSDB-PR). Do outro, PSB e PC do B apóiam Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Nos dois casos, a formação dos blocos complicaria articulações de Arlindo Chinaglia (PT-SP), que detém o apoio de PT, PMDB, PR, PL e PTB.
Numa disputa em que um deputado a mais pode fazer a diferença, os "nanicos" passaram a ser assediados. A aliança com o PMN (3 deputados), o PTC (3), o PHS (2), o PAN (1) e o PT do B (1), em alguns casos, serviria só para ultrapassar outros partidos de médio porte na distribuição dos cargos.
Só ontem, o deputado Carlos William (PTC-MG) disse ter sido sondado por três legendas - PSDB, PR e PMDB. "Faz tempo que venho sendo sondado. Mas as conversas finais só vão acontecer na terça-feira", afirmou.
O regimento da Câmara determina que o loteamento dos cargos da Mesa e nas 20 comissões da Casa é feito de acordo com o critério da proporcionalidade, segundo o qual partidos com mais deputados são privilegiados nas escolhas.
Pela ordem, PMDB (89), PT (83), PSDB (66), PFL (65) e PP (41) são as principais bancadas e, em tese, ocupariam os melhores cargos. Essa contagem considera as bancadas da eleição -a maioria dos partidos já ganhou ou perdeu deputados.
No caso da Mesa, depois da presidência, os alvos de maior cobiça são a primeira-secretaria -espécie de "prefeitura" da Casa- e a primeira vice-presidência. Já nas comissões, a preferência geralmente recai sobre a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Os partidos têm até quarta-feira para anunciar formalmente suas definições. Caso se unam, PSDB e PPS entrariam na corrida por cargos com 88 deputados. "Não há nada de concreto, mas não afasto a possibilidade [de se unir ao PPS]", disse o novo líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP).


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