São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
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Toda Mídia Nelson de Sá É claro que sabe
Lula chegou a Davos pedindo "compreensão" dos países ricos "para investir em projetos que signifiquem o desenvolvimento dos países pobres", no destaque da BBC Brasil. Na mesma, na Reuters Brasil e depois nos telejornais, a notícia de que o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, por lá, "negam divergência sobre juros". Ou ainda, "após falarem com Lula, Guido Mantega e Henrique Meirelles dizem trabalhar em sintonia". Na Agência Brasil, a manchete era a frase de Mantega, "é claro que [Meirelles] sabe que eu e mesmo o presidente gostaríamos que caísse mais, só que tem que cumprir a meta". Naquele momento, a blogosfera estava em pleno ataque ao diretor do BC que teria comandado a queda menor dos juros, Afonso Sant'Anna Bevilaqua, questionado pelo passado de PUC-Rio e Opportunity. ![]() De outro lado, enquanto Lula pedia "compreensão", a "Economist" fazia análise crítica do PAC, "Mexida, mas não abalada" (Stirred, but not shaken up), referência ao efeito sobre a economia. O pacote é descrito como "tímido demais". Ele "pode ajudar marginalmente", mas "mais importante é o efeito da estabilidade", com inflação baixa e "juros em queda". A ÍNDIA DAS AMÉRICAS?
Pelo que escrevia ontem o "Wall Street Journal", em reportagem de São Paulo, e nos últimos dias o "Miami Herald", em colunas de Andres Oppenheimer enviadas de Nova Delhi, a Índia é o exemplo para o Brasil. No enunciado do primeiro, "Brasil espera que sua pujança em computadores o torne a Índia das Américas". Empresas de tecnologia estariam seguindo o modelo indiano de "outsourcing", mirando os EUA. No enunciado do segundo, "Cinco lições que a América Latina pode aprender da Índia". Uma delas é não privatizar abrupta e integralmente áreas como telecomunicações -como fez o Brasil, erradamente, segundo ministro indiano. Acima de tudo, a lição é priorizar tecnologia. NEOVERDES A capa da "Economist" festeja o "esverdeamento" de George W. Bush. Mas a Reuters já destaca de Davos a reação dos países em desenvolvimento contra eventuais cobranças que restrinjam seu crescimento. O ministro Furlan propõe exigir mais dos países desenvolvidos. O VERDADEIRO Na mesma "Economist" e em jornais como "Financial Times" e "Guardian", o aviso de que "o verdadeiro Fórum Econômico" é o de Genebra. Ou seja, é o esforço de retomada das negociações comerciais globais, com EUA e Europa à frente -e com Brasil e Índia, do G20, ao fundo.
No "NYT", Larry Rohter anda enamorado do Brasil. Ontem publicou longa reportagem sobre as pesquisas musicais de Mario de Andrade pelo país nos anos 30, entrevistou Tom Zé ("Mr. Zé"), postou cinco podcasts de canções como "Toada de Iemanjá" e quatro fotos das viagens em 1938, como o "boi-bumbá" em Belém do Pará (esq.) Leia as colunas anteriores @ - Nelson de Sá Texto Anterior: Quênia: Com menos público, fórum chega ao fim Índice |
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