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Marinho afirma que Lula já trabalha por Marta em SP
Segundo o ministro, presidente avalia que ex-prefeita é a melhor alternativa para cidade
Grupo de Marta diz que ela esperava aval de Lula para anunciar que concorrerá; ela e Marinho devem deixar as pastas em maio para pleitos
Bruno Miranda/Folha Imagem
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O prefeito Gilberto Kassab, o secretário Andrea Matarazzo (centro) e o ministro Luiz Marinho durante missa na catedral da Sé
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Previdência
Social, Luiz Marinho, afirmou
ontem que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva já manifesta preferência pela candidatura
da ministra Marta Suplicy (Turismo) à Prefeitura de São Paulo neste ano. Segundo o ministro, "ele [Lula] concorda que
Marta é a melhor alternativa
para a cidade".
Para aliados da ministra, o
aval de Lula é uma das condições para ela aceitar concorrer
pela terceira vez ao cargo que
ocupou entre 2000 e 2004,
quando foi derrotada pela chapa José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM).
Potencial candidato a prefeito de São Bernardo do Campo
(Grande São Paulo) e hoje um
dos principais interlocutores
do presidente, Marinho disse
que desde o final de 2007 conversa com Lula sobre a situação
do PT em São Paulo. Disse ainda ter tratado do assunto com a
ministra. "Para o PT, sem dúvida Marta é a melhor alternativa. O PT reivindica que a companheira seja a candidata."
Prazos e pressão
Segundo a Folha apurou,
Marta já negocia com o Planalto uma data para deixar o cargo
e, se possível, retornar ao ministério em caso de derrota.
O temor da ministra é que o
impacto de uma eventual derrota, principalmente se ela
ocorrer para Kassab, o terceiro
colocado nas pesquisas, atrapalhe seu sonho de concorrer ao
Palácio dos Bandeirantes ou
até mesmo ao Planalto em
2010. Com a garantia de voltar
ao Turismo, Marta poderá
manter uma "vitrine" política.
Conforme a mais recente
pesquisa Datafolha (realizada
entre 26 e 29 de novembro de
2007), Alckmin tem 26% das
intenções de voto, contra 25%
de Marta e 13% de Kassab.
Quando o candidato do PT é o
presidente da Câmara, Arlindo
Chinaglia (SP), ele recebe 1%
no mesmo levantamento.
Pela lei, Marta deve se desincompatibilizar até o início de
junho, mas seu grupo político
tem feitos gestões para que ela
entre na disputa no final de
maio, a exemplo do que pretende fazer Marinho.
Ele, no entanto, diz ter se
comprometido a dar uma resposta ao PT e aliados até abril.
"No meu caso, seria uma comodidade pessoal muito grande
continuar ministro. Como não
trabalho com a comodidade,
vou refletir sobre isso."
Apesar do discurso, Marinho
não se conteve ao ser abordado
por uma moradora de São Bernardo, ontem, à saída da missa
em comemoração do aniversário de São Paulo. "Organize-se
lá porque sou candidato", disse
a Luzia Merzbahcer. "O senhor
vai concorrer?", perguntou ela.
"Vou", respondeu o ministro.
Marta cumpre agenda oficial
na Europa. Segundo sua assessoria de imprensa, a ministra
está satisfeita e empolgada com
o trabalho no ministério, mas
deverá avaliar o assunto eleições enquanto o prazo estipulado pela lei vigorar.
Aliança com PDT
Também presente à missa, o
ministro do Trabalho, Carlos
Lupi (PDT), disse apostar na
candidatura Marta Suplicy em
São Paulo.
Presidente nacional do PDT,
Lupi diz que é difícil, "mas não
impossível", o partido apoiar
Marta na cidade. Como hoje o
PDT integra o governo de Gilberto Kassab (DEM), o secretário municipal Geraldo Vinholi
deverá deixar a prefeitura no
máximo em dois meses.
Segundo Lupi, hoje a tendência é o partido oficializar a candidatura de Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho (PDT), o que
evitaria constrangimentos tanto com o bloco PSDB-DEM como com o governo federal.
O presidente estadual do
PMDB, Orestes Quércia, também afirmou ter ouvido do presidente do PT-SP, Edinho Silva,
que Marta será a candidata.
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