São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2008

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Marinho afirma que Lula já trabalha por Marta em SP

Segundo o ministro, presidente avalia que ex-prefeita é a melhor alternativa para cidade

Grupo de Marta diz que ela esperava aval de Lula para anunciar que concorrerá; ela e Marinho devem deixar as pastas em maio para pleitos

Bruno Miranda/Folha Imagem
O prefeito Gilberto Kassab, o secretário Andrea Matarazzo (centro) e o ministro Luiz Marinho durante missa na catedral da Sé

CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já manifesta preferência pela candidatura da ministra Marta Suplicy (Turismo) à Prefeitura de São Paulo neste ano. Segundo o ministro, "ele [Lula] concorda que Marta é a melhor alternativa para a cidade".
Para aliados da ministra, o aval de Lula é uma das condições para ela aceitar concorrer pela terceira vez ao cargo que ocupou entre 2000 e 2004, quando foi derrotada pela chapa José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM).
Potencial candidato a prefeito de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e hoje um dos principais interlocutores do presidente, Marinho disse que desde o final de 2007 conversa com Lula sobre a situação do PT em São Paulo. Disse ainda ter tratado do assunto com a ministra. "Para o PT, sem dúvida Marta é a melhor alternativa. O PT reivindica que a companheira seja a candidata."

Prazos e pressão
Segundo a Folha apurou, Marta já negocia com o Planalto uma data para deixar o cargo e, se possível, retornar ao ministério em caso de derrota.
O temor da ministra é que o impacto de uma eventual derrota, principalmente se ela ocorrer para Kassab, o terceiro colocado nas pesquisas, atrapalhe seu sonho de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes ou até mesmo ao Planalto em 2010. Com a garantia de voltar ao Turismo, Marta poderá manter uma "vitrine" política.
Conforme a mais recente pesquisa Datafolha (realizada entre 26 e 29 de novembro de 2007), Alckmin tem 26% das intenções de voto, contra 25% de Marta e 13% de Kassab. Quando o candidato do PT é o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), ele recebe 1% no mesmo levantamento.
Pela lei, Marta deve se desincompatibilizar até o início de junho, mas seu grupo político tem feitos gestões para que ela entre na disputa no final de maio, a exemplo do que pretende fazer Marinho.
Ele, no entanto, diz ter se comprometido a dar uma resposta ao PT e aliados até abril. "No meu caso, seria uma comodidade pessoal muito grande continuar ministro. Como não trabalho com a comodidade, vou refletir sobre isso."
Apesar do discurso, Marinho não se conteve ao ser abordado por uma moradora de São Bernardo, ontem, à saída da missa em comemoração do aniversário de São Paulo. "Organize-se lá porque sou candidato", disse a Luzia Merzbahcer. "O senhor vai concorrer?", perguntou ela. "Vou", respondeu o ministro.
Marta cumpre agenda oficial na Europa. Segundo sua assessoria de imprensa, a ministra está satisfeita e empolgada com o trabalho no ministério, mas deverá avaliar o assunto eleições enquanto o prazo estipulado pela lei vigorar.

Aliança com PDT
Também presente à missa, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), disse apostar na candidatura Marta Suplicy em São Paulo.
Presidente nacional do PDT, Lupi diz que é difícil, "mas não impossível", o partido apoiar Marta na cidade. Como hoje o PDT integra o governo de Gilberto Kassab (DEM), o secretário municipal Geraldo Vinholi deverá deixar a prefeitura no máximo em dois meses.
Segundo Lupi, hoje a tendência é o partido oficializar a candidatura de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT), o que evitaria constrangimentos tanto com o bloco PSDB-DEM como com o governo federal.
O presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia, também afirmou ter ouvido do presidente do PT-SP, Edinho Silva, que Marta será a candidata.


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